A técnica de enfermagem acusada de ter vacinado mais de 40 crianças contra a Covid-19 utilizando dosagens feitas para adultos disse em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) no último domingo (16) que foi orientada a utilizar as doses da Pfizer em todos que chegassem ao posto de saúde pois o imunizante estava próximo da data de vencimento.

O caso aconteceu em Lucena, na Paraíba, nos dias 29 de dezembro e 7 e 11 de janeiro. O MPF investiga enquanto a profissional segue afastada de suas funções. A mulher diz que foi contratada no fim de novembro para ajudar a aplicar vacinas de rotina, mas que depois foi direcionada também para vacinar contra a Covid-19. Ela disse que muitas pessoas apareceram para se vacinar e informou que o volume do imunizante aplicado foi o mesmo para adultos e crianças.

publicidade

A profissional ainda disse que estava sozinha “sem coordenadora, enfermeira, médica ou dentista, acompanhada somente de um Agente Comunitária de Saúde”. A mulher ainda disse que mandou uma mensagem no celular para um superior perguntando se podia vacinar todo mundo e a resposta foi “sim”. O MPF segue investigando.

Leia mais:

publicidade

Entenda as diferenças entre as doses de vacina de Covid-19 oferecidas para crianças e adultos

Neste sábado (15), ao menos nove capitais brasileiras iniciaram oficialmente a imunização para crianças de 5 a 11 anos, que recebem uma dose da Pfizer diferente daquela ministrada em adolescentes e adultos. Entre as diferenças estão, por exemplo, a dosagem, a composição e o RNA mensageiro específicos para esse público. 

Enquanto a cor do frasco das doses destinadas ao público acima dos 12 anos é roxa, os frascos da vacina para crianças são na cor laranja. Além disso, a dose usada nos pequenos tem apenas um terço do imunizante, caindo de 30 microgramas para 10 microgramas. A quantidade de diluente usado também é menor: 1,3 ml contra 1,8 ml nos maiores de 11 anos. 

publicidade

Vale destacar que o volume do líquido aplicado no braço das crianças é de 0,2 ml, ou seja, 0,1 ml a menos do que na dose ministrada em maiores de 12 anos. Essa diferença ocorre porque, além da base, há a diluição do antígeno no produto final. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina para crianças de 5 a 11 anos em 16 de dezembro de 2021. Um estudo com 2.250 crianças comprovou a eficácia do fármaco.

publicidade

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!