China, Kosovo e Irã são alguns dos países que proibiram a mineração de criptomoedas. Outros, como a Bolívia e o Egito, baniram a negociação de criptoativos. Enquanto alguns, como a Espanha, querem regulamentar a divulgação dos ativos digitais. E, outros não têm qualquer restrição. Mas, por que com as moedas virtuais bombando, por que alguns países proíbem a mineração?
De acordo com a doutora Carolina Moehlecke, professora da escola de Relações Internacionais da FGV, a mineração de criptomoedas não é uma atividade que um governo desejaria. Isso porque a atividade pressiona o uso de energia. Usar os criptoativos pode até ser benéfico, mas acaba colocando pressão na política monetária do país.
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“A mineração coloca os governos em uma posição muito vulnerável. Na prática, o governo não tem como regular mineradores. Se regular, eles saem. Com o crescimento cada vez maior da atividade, a tendência é que a mineração seja intensiva em termos de energia. Não tem como se tornar eficiente”, explicou a professora Moehlecke.
Assim, quanto mais as criptomoedas se disseminarem, mais energia será consumida. “Os países precisam manter o preço da energia para a população para controlar a inflação. É muito incompatível com os objetivos de governo. Do ponto de vista da economia política, fica difícil acreditar que criptomoedas são viáveis em grande escala”, emendou.
Além disso, há ainda a questão de sustentabilidade. A professora lembrou que, ao pensar em mudança climática, a atividade não é muito amiga da natureza, justamente por esse uso intensivo de energia, principalmente nos casos de países que têm o carvão como principal fonte.
Neste começo de ano, o Cazaquistão vem sofrendo bastante com a crise política. Um dos motivos, entre outros, foi a migração de mineradores que saíram da China, após a proibição da mineração, por causa dos baixos preços de energia no país da Ásia Central.
Para a professora da FGV, o caso do Cazaquistão é um exemplo em tempo real de como criptoativos em ampla escala não são viáveis com a estrutura política do mundo atual. “A China foi o primeira exemplo. Pode-se falar do tipo de governo do país, mas outros países também não querem a atividade e vão tomar medidas para desencorajar atividade”, completou Carolina Moehlecke.
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