Aposta no metaverso pode fazer Meta perder US$ 200 bilhões

Gabriel Sérvio03/02/2022 11h45, atualizada em 03/02/2022 11h46
Smartphone com logotipo da Meta, a nova marca do Facebook
Crédito editorial: Sergei Elagin / Shutterstock
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Pelo visto, os investidores ainda não estão convencidos dos planos da Meta de apostar as suas fichas no metaverso. No início das negociações desta quinta-feira (3), as ações da empresa caíram mais de 20% após a divulgação do seu relatório fiscal referente ao quarto trimestre do ano passado.

Se a retração for mantida, a Meta pode perder um quinto de sua capitalização, ou seja, cerca de US$ 200 bilhões. Uma perda que marca o pior desempenho da empresa desde a sua entrada em Wall Street no ano de 2012.  “Os resultados decepcionantes foram rápidos para estourar a bolha do metaverso”, comentou a analista de ações Laura Hoy.

“Os investidores estão começando a perceber que comprar suas ações (da Meta) não é mais um investimento em sua plataforma de anúncios”, acrescentou Flynn Zaiger, CEO de uma agência de mídia social. O que, até então, era considerado um dos pontos fortes da empresa.

Logotipo da Meta exibido em um smartphone e, ao fundo, o logotipo do Facebook
Meta pode perder US$ 200 bilhões em valor de mercado. Imagem: rafapress/Shutterstock

Facebook, a rede social da Meta, registrou estagnação

O Facebook se manteve estável em número de usuários, muito por conta do desvio de foco da Meta, agora voltado a criação de produtos para o metaverso (um mundo onde as pessoas interagem por meio de avatares digitais utilizando dispositivos de realidade virtual e aumentada). Enquanto isso, rivais como o TikTok, da chinesa ByteDance, continuam ganhando força. 

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A ideia do metaverso também já despertou o interesse de uma série de projetos baseados em blockchain, que já competem entre si com suas próprias versões de mundos virtuais alimentados por criptomoedas. Sendo assim, a empresa indica que a ideia é seguir com o projeto com mais calma: “Esperamos ventos contrários contínuos, tanto pelo aumento da concorrência quanto pela mudança no engajamento”.

A guinada para o metaverso — que começou com a mudança do nome da empresa para Meta em outubro do ano passado — também já enfrenta resistência do governo americano, visto que a empresa não conseguiu impedir, por exemplo, o compartilhamento de ‘fake news’ em torno da pandemia e a influência da rede social nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA. 

Sobre a divisão Reality Labs, que fabrica óculos de realidade virtual, os gastos foram de mais de US$ 10 bilhões em 2021 (cinco vezes o que o Facebook pagou pela Oculus VR em 2014 e 10 vezes o que pagou pelo Instagram em 2012). Vale lembrar que esses produtos são fundamentais para a visão do metaverso de Mark Zuckerberg ganhar tração no futuro.

Os investimentos extras reduziram o lucro trimestral da companhia, que caiu 8% (US$ 10,3 bilhões) no último trimestre de 2021 frente ao ano anterior. Já a receita subiu 20% (US$ 33,7 bilhões) no mesmo período. 

2022 começou ruim para as gigantes de tecnologia

Juntas, Meta, Amazon, Apple, Netflix e Alphabet, a dona do Google, já perderam US$ 400 bilhões em capitalização nas primeiras semanas de 2022., segundo a Reuters.

Outras ações também sofrem com quedas nesta quinta, incluindo Twitter, Pinterest e Spotify, que se envolveu recentemente em uma polêmica sobre vacinação contra Covid-19.

Via: Reuters, NYT, Decrypt

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Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.