Dados de smartphone ajudam a prever surtos de Covid-19

Por Edson Kaique Lima, editado por Daniel Junqueira 09/02/2022 06h05, atualizada em 09/02/2022 09h00
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Imagem: kyonntra (iStock)
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Pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, usaram dados anônimos de localização de smartphones para prever surtos de Covid-19. O sistema foi usado em municípios do estado de Connecticut e teve resultados bastante precisos.

Caso seja aplicado em larga escala, o sistema baseado na localização de smartphones pode  ajudar autoridades de saúde a conter surtos de Covid-19 ainda no início. Além disso, as autoridades também poderão alocar melhor os recursos para testagem, segundo os pesquisadores.

Como foi o monitoramento

Algoritmo foi capaz de prever a possibilidade de que pessoas se encontrassem e mantivessem uma distância de 1,8 metro ou menos. Crédito: Drazen Zigic/Shutterstock

A chave para isso foi a precisão na identificação da incidência do contato pessoal próximo de alta frequência. Esse contato foi definido como todos em um raio de até 1,8 metro. O monitoramento foi feito desde o nível estadual, até o nível municipal de Connecticut.

Os Centros de Controle de Doenças dos EUA (CDC) aconselham que as pessoas mantenham pelo menos um metro e meio de distância para evitar possíveis contaminações pela Covid-19. O contato próximo é a principal forma de transmissão da Covid-19, de acordo com os autores do estudo.

“Medimos o contato interpessoal próximo em um raio de 6 pés (1,8 metro) em todos os lugares em Connecticut usando dados de geolocalização de smartphones ao longo de um ano inteiro”. Esse esforço deu informações importantes aos epidemiologistas sobre o distanciamento social em Connecticut.

Melhora na confiabilidade

Outros estados também usaram dados de smartphones, as chamadas “métricas de mobilidade”, como medidas de medição para o comportamento de distanciamento social. Essas análises, porém, não têm uma confiabilidade muito alta e podem gerar dados bastante falhos.

“Sabemos que é possível se movimentar muito e ainda assim não se aproximar de outras pessoas”, disse o autor principal do estudo, Forrest Crawford. “Portanto, as métricas de mobilidade não são um ótimo substituto para o risco de transmissão. O contato próximo prevê melhor infecções e surtos locais”.

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Com isso, os pesquisadores desenvolveram um algoritmo para calcular a probabilidade de eventos de contato próximo em todo o estado. Com base em dados de geolocalização, foram previstos momentos em que os smartphones estavam a menos de 1,8 metro um do outro.

Esses dados foram incorporados a um modelo padrão de transmissão da Covid-19 para prever os níveis de casos desde o âmbito estadual, até grupos de blocos censitários. Com base nessas informações, os pesquisadores afirmam que conseguiram prever tanto surtos de Covid-19 quanto quedas nos casos.

Via: Medical Xpress

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Edson Kaique Lima é redator(a) no Olhar Digital

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Daniel Junqueira é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo. Iniciou sua carreira cobrindo tecnologia em 2009. Atualmente, é repórter de Produtos e Reviews no Olhar Digital.