Diversos estúdios indies, conhecidos também como pequenos fabricantes de jogos de videogames, estão demonstrando certo receio a respeito do que a negociação anunciada recentemente entre Activision Blizzard e Microsoft pode significar para a indústria. À BBC, a designer gamer, Tanya Short, confessou o medo do futuro para as empresas independentes do ramo, já que com diversas fusões e aquisições potenciais acontecendo e expandindo o mercado de jogos, pequenas fabricantes podem passar a viver em uma concorrência desleal.
“Esta aquisição da Activision causa medo em nós porque torna muito mais óbvio – talvez eles possam dominar o resto do ano e então o que fazemos?”, questionou.
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Entre as preocupações, por exemplo, está a disputa no serviço de assinatura do Game Pass, do Xbox. A chegada da Activision pode aumentar o lançamento de triple-A e outros grandes títulos que a Microsoft passa a obter com a negociação, assim, os produtos indies ficarão em segundo plano. Além disso, há também uma questão de calendário, já que com diversos títulos sendo lançados em mais épocas, fica difícil encontrar uma data longe dos hypes do momento.
Segundo Piers Harding-Rolls, analista da Ampere Analysis, embora o Game Pass atualmente ofereça alguns títulos independentes, entre os cerca de 500 jogos disponíveis no serviço, não há muitos indies, sendo de fato uma preocupação considerável para os estúdios independentes.
“O sonho de pessoas individuais fazendo jogos e publicando-os tornou-se muito mais difícil nos últimos anos”, acrescentou o pesquisador de IA e designer de jogos, Mike Cook, da Queen Mary University of London, explicando que há um problema de “superlotação” e que os pequenos desenvolvedores já estão sentindo essa pressão.
Em resposta ao setor indie, a vice-presidente corporativa da Xbox Gaming, Sarah Bond, garantiu que o Game Pass continuará dando visibilidade e oportunidades ao grupo, inclusive, com tipos novos e desconhecidos de jogos. Ela ainda destacou que a aquisição da Activision, se aprovada pelo governo americano, não transformará a empresa em um monopólio.
“Continuamos a investir com desenvolvedores independentes e continuaremos a fazê-lo à medida que o serviço cresce”, afirmou Bond em entrevista à BBC, embora tenha se recusado a discutir mais detalhes.
Vale acrescentar que é e extrema importância a sobrevivência do mercado indie meio a indústria de jogos, já que eles são quem abrem os caminhos para liberdade criativa, oferecendo ambientes menos pressurizados para artistas, escritores e programadores que resolvem se arriscar no setor de games, conforme observou a também designer Anisa Sanusi.
Caso o contrato e compra da Activision pela Microsoft seja aprovado, o que ficará concluído apenas em junho de 2023, a Microsoft se tornará a terceira maior companhia de jogos quando o assunto é receita, atrás apenas da Tencent e da Sony.
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