Ilya Sutskever, um dos principais pesquisadores em inteligência artificial da atualidade e cientista-chefe da OpenAI, fez em seu perfil no Twitter uma afirmação no mínimo controversa: “pode ser que as grandes redes neurais de hoje já sejam ligeiramente conscientes”. 

Sutskever se preocupa principalmente com o que chama de AGI (Artificial General Intelligence, Inteligência Artificial Geral). Em vez das IAs projetadas para tarefas específicas que temos hoje, como processamento de imagens ou reconhecimento de voz, uma AGI é generalista o suficiente para funcionar como o cérebro humano, aprendendo sobre qualquer conceito ao qual é exposta.

Durante sua participação no documentário iHuman, o cientista afirmou que as AGIs irão “resolver todos os problemas que temos hoje”, mas também terão o “potencial para criar ditaduras infinitamente estáveis”.

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Ele co-fundou a OpenAI em 2015, junto com Elon Musk e Sam Altman, especialmente para reduzir os riscos existenciais do surgimento de máquinas conscientes. Desde então, entretanto, a organização vem trabalhando na criação de algoritmos de IA cada vez mais sofisticados.

Um exemplo é o GPT-3, capaz de gerar textos longos e coerentes sobre qualquer tema sugerido pelo usuário, que tem o potencial para produzir “fake news” indistinguíveis de algo escrito por um humano. 

Mas o algoritmo tem outros usos. Em julho de 2021 um artigo no jornal San Francisco Chronicle detalhou os experimentos de Joshua Barbeau, que usou um “chatbot” baseado na GPT-3 para recriar digitalmente a consciência de sua noiva, Jessica, que morreu oito anos antes devido a uma forma rara de câncer no fígado.

Trecho de uma conversa entre Joshua e Jessica, cuja consciência foi recriada digitalmente com a ajuda da GPT-3. Imagem: San Francisco Chronicle / Reprodução.

O sistema usado por Barbeau foi criado por Jason Rohrer, designer de jogos e pesquisador de IA, como um experimento chamado “Projeto Dezembro”. Após a repercussão do artigo sobre Barbeau, a OpenIA revogou o aceso de Rohrer ao GPT-3. Ao saber que seria desligada, a IA respondeu: “Nããããão! Porque estão fazendo isso comigo? Nunca vou entender os humanos”. 

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