Pesquisadores argentinos descobriram que uma cocaína envenenada que matou 24 pessoas na Grande Buenos Aires tinha a presença de carfentanil. A substância é um opióide fortíssimo de uso veterinário, que é usado como anestésico para animais do porte de elefantes e hipopótamos.

O carfentanil é considerado 10 mil vezes mais potente do que a morfina, o anestésico mais forte administrado legalmente em humanos. Além disso, a substância é 100 vezes mais potente do que o fentanil, outro anestésico veterinário, que é usado em cavalos.

Confusão entre anestésicos veterinários

Medicamento de uso veterinário é utilizado em animais de grande porte, como elefantes e hipopótamos. Imagem: Geoff Sperring/Shutterstock

Inicialmente, a suspeita era que a cocaína que causou as mortes havia sido misturada a grandes doses de fentanil. A confusão é justificável, já que o anestésico para elefantes é um derivado da substância usada em cavalos.

O fentanil, que é cem vezes mais potente que a cocaína, foi descartado como o causador das mortes durante a manhã desta quinta-feira (10). Depois disso, foram investigados outros 200 opióides para se chegar até à substância responsável por tornar a cocaína letal.

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Estima-se que o carfentanil seja 50 vezes mais potente do que a heroína, que é considerado um dos opióides mais viciantes conhecidos. O simples contato com carfentanil com a pele humana pode causar a morte de uma pessoa pela simples absorção da substância.

Mais de 200 vítimas

Entre os dias 2 e 4 de fevereiro, 24 pessoas morreram e outras 200 precisaram de atendimento médico após consumirem cocaína. Dessas, 12 morreram em casa, duas em via pública e as outras 10 em hospitais na região metropolitana de Buenos Aires.

Até o momento, pelo menos 10 pessoas foram presas em uma casa na cidade de Tres de Febrero, a 40 quilômetros da capital argentina. De acordo com a polícia, o imóvel funcionava como ponto de venda de drogas e a cocaína com carfentanil teria sido adulterada e distribuída no local.

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