A agência espacial da India (ISRO) está iniciando testes de um veículo extremamente similar ao aposentado ônibus espacial da NASA — ainda que o “novo” transporte tenha proporções bem menores que seu predecessor.

Os ônibus espaciais foram objeto de um dos maiores programas de exploração da NASA, perdurando de 1981 até 2011, e foram majoritariamente responsáveis por muitas coisas que, hoje, são rotineiras em nossa cobertura do espaço: a primeira mulher norte-americana (Sally Ride) e o primeiro astronauta negro (Guion Bufford) viajaram em um. A sonda Galileo e o telescópio espacial Hubble foram lançados em um. Os trágicos acidentes da Challenger e Columbia, infelizmente, também ocorreram com ônibus espaciais.

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A versão da India para o ônibus espacial é um veículo reutilizável e em menor escala, que a agência espacial do país quer testar até em processos de reentrada orbital
A versão da India para o ônibus espacial é um veículo reutilizável e em menor escala, que a agência espacial do país quer testar até em processos de reentrada orbital. Imagem: ISRO/Divulgação

Já o veículo indiano — apelidado “RLV-TD” (sigla em inglês para “Veículo demonstrador reutilizável de lançamento”) — é adoravelmente pequeno de propósito: a ideia é que a ISRO o utilize como uma prova de conceito. Eventualmente, a India planeja fazer a devida escalabilidade para que ele seja capaz de carregar tripulações inteiras de astronautas.

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O primeiro teste já teve, inclusive, a sua programação divulgada: a versão indiana do ônibus espacial será içada por um helicóptero, a uma altura de mais ou menos 5 quilômetros (km), de onde será solto em queda livre e, se tudo der certo, vai planar no ar até pousar calmamente e de forma autônoma, em uma pista de pouso a 4 km de distância.

“Assim que completarmos essa missão e validarmos o software, a estrutura de pouso e coletarmos dados dos sensores aerodinâmicos e a ‘dirigibilidade’ da nave, estaremos prontos para o experimento de reentrada orbital”, disse Unnikrishnan Nair, diretor do Centro Espacial Vikram Sarabhai.

O fato do RLV-TD ser reutilizável é provavelmente o ponto mais alto de sua construção: a ideia é economizar recursos e cortar custos em lançamentos repetidos usando o mesmo veículo — algo que a SpaceX popularizou nos dias atuais, e que certamente vem a calhar em programas especiais com menor orçamento.

Nem todo mundo tem os bilhões da NASA, afinal.

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