A Nasa revelou nesta segunda-feira (14) a primeira imagem científica feitas pelo telescópio espacial IXPE, lançado ao espaço em 9 de dezembro a bordo de um foguete Falcon 9, da SpaceX. O assunto da foto foi Cassiopeia A, um objeto que consiste nos restos de uma estrela que explodiu no século XVII.

As ondas de choque da explosão varreram o gás circundante, aquecendo-o a altas temperaturas e acelerando as partículas de raios cósmicos para formar uma nuvem brilhante de raios-X. Outros telescópios espaciais, como o Observatório de Raios-X Chandra, da Nasa, estudaram Cassiopeia A antes, mas o IXPE permitirá que os pesquisadores a examinem de uma nova maneira.

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Na imagem abaixo, a saturação da cor magenta corresponde à intensidade da luz de raios-X observada pelo IXPE. Sobreposta a esta informação estão os dados de raios-X de alta energia, mostrados em azul, obtidos pelo Chandra. Com diferentes tipos de detectores, os telescópios capturam diferentes níveis de resolução angular ou “nitidez”. Esta imagem contêm dados do IXPE coletados de 11 a 18 de janeiro.

Imagem de Cassiopeia A feita sobrepondo dados do IXPE, em magenta, com os do Chandra, em azul
Imagem de Cassiopeia A feita sobrepondo dados do IXPE, em magenta, com os do Chandra, em azul. Imagem: NASA/CXC/SAO/IXPE

Após o lançamento do Chandra, em 1999, sua primeira imagem também foi de Cassiopeia A. As imagens de raios-X feitas com ele revelaram, pela primeira vez, que há um objeto compacto no centro do remanescente de supernova, que pode ser um buraco negro ou uma estrela de nêutrons.

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“A imagem do IXPE de Cassiopeia A é tão histórica quanto a imagem do mesmo remanescente de supernova feita pelo Chandra”, disse Martin C. Weisskopf, investigador principal do IXPE baseado no Marshall Space Flight Center da Nasa em Huntsville, Alabama. “Isso demonstra o potencial do IXPE para obter informações novas e nunca antes vistas sobre a Cassiopeia A, que está em análise no momento.”

Uma medida importante que os cientistas farão com o IXPE é chamada de polarização, uma maneira de ver como a luz de raios-X é orientada à medida que viaja pelo espaço. A polarização da luz contém pistas sobre o ambiente onde ela se originou. Os instrumentos do IXPE também medem a energia, o tempo de chegada e a posição no céu dos raios-X de fontes cósmicas.

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Com os dados de polarização da Cassiopeia A, o IXPE permitirá que os cientistas vejam, pela primeira vez, como a quantidade de polarização varia no remanescente de supernova, que tem cerca de 10 anos-luz de diâmetro. Os pesquisadores estão atualmente trabalhando com os dados para criar o primeiro mapa de polarização de raios-X do objeto. Isso revelará novas pistas sobre como os raios-X são produzidos em Cassiopeia A.

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“As futuras imagens de polarização do IXPE devem revelar os mecanismos no coração deste famoso acelerador cósmico”, disse Roger Romani, co-investigador do IXPE na Universidade de Stanford. “Para preencher alguns desses detalhes, desenvolvemos uma maneira de tornar as medições do IXPE ainda mais precisas usando técnicas de aprendizado de máquina. Estamos ansiosos pelo que encontraremos enquanto analisamos todos os dados”.

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