Implante cerebral permite que homem com paralisia total se comunique e peça comida

Por Edson Kaique Lima, editado por Lucas Soares 24/03/2022 05h42, atualizada em 24/03/2022 20h00
Ilustração sobre implante cerebral
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Um homem de 34 anos, que ficou paralizado em decorrência da esclerose lateral amiotrófica (ELA), conseguiu se comunicar novamente com auxílio de um implante cerebral. O implante foi capaz de captar o homem imaginando o movimento de seus olhos e traduzir isso para o mundo exterior.

De acordo com os pesquisadores, que foram liderados pelo engenheiro biomédico Ujwal Chaudhary, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, esta é uma conquista muito muito importante para a neurociência, já que pode dar uma esperança para que pessoas com ELA possam se comunicar novamente.

Os pesquisadores, no entanto, ponderam que o implante cerebral não é uma solução perfeita para todos os pacientes com ELA ou questões parecidas. De acordo com a equipe de Chaudhary, ainda é necessário muito trabalho adicional para que o implante seja produzido em escala e possa ajudar as pessoas.

Entre outras coisas, o paciente pediu um prato de bolonhesa. Crédito: Madele/Shutterstock

Paciente pediu comida

O paciente que recebeu o implante tinha algumas demandas específicas, que foram comunicadas depois que o chip foi implantado na cabeça do rapaz. Escrevendo letra por letra, o homem paralisado pela ELA pediu curry com batata, bolonhesa e sopa de batatas para comer.

Apesar do novo implante cerebral para pacientes com ELA, os principais autores do estudo, Ujwal Chaudhary e Niels Birbaumer têm um histórico bastante questionável em suas carreiras como neurocientistas. Os dois já tiveram um estudo retirado por problemas com análises e declarações falsas.

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“Este trabalho, como outros trabalhos de Birbaumer, deve ser visto com uma enorme montanha de sal, dada a sua história”, disse Brendan Allison, pesquisador da Universidade da Califórnia em San Diego, ao The New York Times. Além disso, a solução foi feita sob medida para o paciente em questão.

De acordo com Allison, isso significa que não se sabe se este modelo de implante cerebral poderá ser replicado para outros pacientes com ELA. Além disso, não se sabe por quanto tempo este paciente poderá usar o sistema, já que ao longo de três anos, as respostas foram se tornando mais lentas.

Via: Futurism

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Redator(a)

Edson Kaique Lima é redator(a) no Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.