Mísseis atingiram nesta sexta-feira (25) as instalações da petrolífera Aramco a 10 km do circuito de Jedá, que sedia neste fim de semana o GP da Arábia Saudita de Fórmula 1. O ataque, assumido pelo movimento houthi do Iêmen, se deu pouco antes do primeiro treino livre para a corrida, a segunda a ser disputada neste ano na categoria.

Os organizadores da etapa no Oriente Médio já monitoravam a situação ao longo da semana. Ainda no domingo (20), o grupo houthi lançou um ataque com drones à mesma planta de distribuição da Aramco, mas este foi controlado, de pequeno alcance e não deixou feridos.

Desta vez, segundo informações da agência Reuters, o ataque deixou um rastro de fumaça preta sobre a cidade, localizada às margens do Mar Vermelho, o suficiente para ser vista do autódromo em que acontece o GP da Arábia. A Aramco, vale lembrar, também é uma das principais empresas que financiam o Mundial de Fórmula 1, além de ser a patrocinadora master da Aston Martin, equipe que voltou à categoria no ano passado.

O ataque à planta próxima de Jedá atrasou os treinos para a etapa saudita, que acontece neste domingo (27). De acordo com o governo local, não houve feridos, embora a interceptação tenha atingido uma usina de distribuição de energia na cidade.

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Apesar do episódio, a Fórmula 1 confirmou a continuação do evento. Os pilotos que não estiverem à vontade para seguir no país, no entanto, podem se retirar deste fim de semana. Uma reunião entre os esportistas acontecerá no início do sábado (26), antes dos treinos oficiais, para definir a situação.

Guerra civil no Iêmen

O episódio desta sexta-feira (25) marca um pequeno capítulo da guerra iemenita que se estende desde 2015. A aliança liderada pela Arábia Saudita, apoiada por EUA, Reino Unido, França e Canadá, interveio em março daquele ano quando os houthis depuseram do poder um governo apoiado pelos sauditas no fim de 2014.

De acordo com a Unicef (Fundo da ONU para a Infância), mais de 10 mil crianças foram mortas ou mutiladas no conflito, enquanto 11 milhões necessitam de algum tipo de ajuda humanitária. O Iêmen, atualmente, é um país dividido entre três áreas: uma ao oeste, controlada pelos houthis, que têm apoio de Irã, Rússia e Qatar; outra no sudoeste, do Movimento Separatista do Sul, com apoio dos Emirados Árabes; e a principal no leste, nas mãos de Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, que possui apoio dos sauditas e seus aliados. Seções da Al-Qaeda e do Daesh (vulgo Estado Islâmico) na Península Arábica também têm lançado ataques para controlar a região.

Crédito da imagem principal: Reprodução/Twitter

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