Uma das mais potentes tempestades do atual ciclo climático do Sol atingiu seu pico nesta quarta-feira (30), às 14h37 (pelo horário de Brasília), levando a uma erupção solar de classe X1.3, um dos tipos mais poderosos que existem. Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a mancha solar AR2975 vem explodindo fortemente desde segunda-feira (28), ejetando partículas carregadas de radiação. 

As erupções solares são classificadas em um sistema de letras, com as de classe C relativamente fracas, as de classe M mais moderadas e as de classe X sendo as mais fortes. 

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Segundo o astrônomo amador brasileiro Izaac Leite, do Mato Grosso, foi detectada na atividade uma emissão de rádio tipo II com uma velocidade estimada de 1.424 km/s. “Como a AR 2975 ainda está em uma posição decente voltada para a Terra, uma ejeção de massa coronal (CME) provavelmente será direcionada para cá”, disse Leite. 

Nesta imagem em movimento, é possível ver o exato instante em que a mancha solar hiperativa AR2975 explode em uma erupção de classe X. Imagem: SOHO/NASA

De acordo com o site SpaceWeather.com, os resultados disso já começaram a aparecer na Terra, tendo o forte sinalizador gerado um apagão temporário em sinais de rádio de ondas curtas no continente americano. “Aviadores, marinheiros e operadores de rádio podem ter notado efeitos incomuns de propagação em frequências abaixo de 30 MHz”, informou o site algumas horas após o flash. 

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Se uma ejeção de massa coronal emerge do sinalizador e é apontada para a Terra, as partículas carregadas de radiação podem causar auroras na atmosfera da Terra. Ainda de acordo com o SpaceWeather, há evidências circunstanciais sugerindo que uma CME está emergindo do Sol, mas mais observações serão necessárias para confirmar isso. 

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Ejeções de massa coronal capturadas pelo Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), nos dias 28 e 29 de março de 2022. Imagem: SOHO/ESA & NASA

O SpaceWeather revelou que a Força Aérea dos EUA detectou uma explosão de rádio solar tipo II que pode estar associada às ondas de choque de uma CME, conforme dito por Leite. Além disso, o Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da Nasa visualizou um tsunami solar aparentemente gerado por uma CME deixando a atmosfera solar. Se atingir o campo magnético da Terra, fortes tempestades geomagnéticas de classe G3 são esperadas para esta quinta-feira (31). “Durante essas tempestades, as auroras a olho nu podem descer nos EUA até o sul, por exemplo, nos estados de Illinois e Oregon (latitude geomagnética de 50 graus)”.

O Sol iniciou seu atual ciclo de atividade solar em 2019, e deve atingir o pico por volta de 2025. Os cientistas ainda não sabem o quão ativo será este ciclo, embora a previsão seja de menos manchas solares do que o normal. 

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A atividade solar está sob constante vigilância da Nasa e de outras agências espaciais para melhorar as previsões de clima solar. Na maioria dos casos, as CMEs simplesmente causam auroras à medida que partículas carregadas atingem as linhas magnéticas da Terra. Tempestades mais poderosas, no entanto, podem causar problemas com satélites ou linhas de energia. 

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