Conforme noticiado pelo Olhar Digital, na madrugada desta quarta-feira (27), às 4h52 (pelo horário de Brasília), a missão SpaceX Crew-4 foi lançada com sucesso rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), onde a cápsula Dragon Freedom deve atracar por volta das 21h15. 

Um foguete SpaceX Falcon 9 lança a missão Crew-4 para a NASA a partir do Pad 39A do Centro Espacial Kennedy. Imagem: NASA TV

Quatro tripulantes embarcaram a bordo da cápsula, lançada no topo de um foguete Falcon 9, que decolou a partir da plataforma de lançamento (Pad) 39A, no Centro Espacial Kennedy da agência espacial norte-americana. São eles: Kjell Lindgren e Robert Hines, da NASA, além de Jessica Watkins e Samantha Cristoforetti, da Agência Espacial Europeia (ESA).

Eles vão passar cerca de 180 dias no laboratório orbital, período durante o qual pretendem realizar mais de 200 experimentos científicos e pelo menos duas caminhadas espaciais de astronautas da NASA. Além disso, é previsto que a especialista em missão Samantha Cristoforetti participe de uma caminhada espacial com membros da tripulação russa da ISS.

Leia mais:

publicidade

Astronautas da missão SpaceX Crew-4 vão fabricar retinas artificiais no espaço

Entre as centenas de experimentos, estão, por exemplo, camisas inteligentes e retinas artificiais, além de outras investigações que se estenderão por uma variedade de campos, incluindo tecnologias de saúde, ciência vegetal e ciência dos materiais. 

Embalagem cúbica contendo uma investigação da empresa LambdaVision, que consiste na fabricação de retina artificial baseada em proteína, que está entre os mais de 200 experimentos lançados na missão SpaceX Crew-4. Imagem: LambdaVision

Espera-se que o experimento de fabricação de retina artificial baseada em proteínas possa ser útil a pacientes com doenças degenerativas da retina, como a deterioração macular. A tecnologia “testa a fabricação de retinas artificiais ou implantes de retina em microgravidade, onde se espera que sua produção possa ser otimizada”, segundo comunicado da NASA.

Os componentes da smart-shirt (camisa inteligente) incluem sensores integrados, fiação e um módulo de comunicação para transmitir dados científicos através de um link sem fio para missões espaciais de longo prazo, parte da investigação chamada Wireless Compose-2. A demonstração tecnológica se baseia no trabalho da Agência Espacial Alemã (DLR) para desenvolver infraestrutura de rede sem fio para apoiar experimentos científicos na ISS. Imagem: DLR

A Wireless Compose-2 é a mais recente “camisa inteligente” a voar para o espaço. Essa versão da camisa Smart-Tex, da Agência Espacial Alemã (DLR), vai monitorar a pressão arterial, contrações cardíacas e outras métricas de saúde dos astronautas. “Esses tipos de tecnologias vestíveis poderiam ser usadas para monitorar a saúde durante uma missão de exploração espacial de longa duração e poderiam levar a uma implementação mais flexível dessa tecnologia em equipamentos de monitoramento de saúde na Terra”, afirmou a NASA.

Outro experimento está relacionado à microgravidade como modelo de senescência imunológica e seu impacto nas células-tronco teciduais. Por meio dessa investigação, eles analisarão o envelhecimento biológico no espaço, com o objetivo de examinar “efeitos da microgravidade nas células envolvidas na regeneração tecidual e se a recuperação ocorre após o voo”.

Também está programado um experimento chamado Biopolimer Research for In-Situ Capabilities (Pesquisa de biopolímeros para recursos in-situ, em tradução livre), que testará a produção de uma alternativa ao concreto. Essa alternativa poderia ser criada com um composto orgânico junto com a sílica, um componente comum da poeira lunar e marciana.

Normalmente, experimentos feitos na ISS e em qualquer outra estação espacial transmitem dados brutos do espaço para pesquisadores na Terra examinarem. Se forem trazidas amostras para a Terra, elas serão transportadas em um veículo de carga SpaceX Dragon.

Já os experimentos que não requerem retorno à Terra serão embalados a bordo de um veículo de carga Northrop Grumman Cygnus. Como as cápsulas Cygnus não são reutilizáveis, os astronautas enchem esses veículos com lixo e experimentos descartados para queimar completamente na atmosfera da Terra durante a reentrada.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!