Dados transmitidos pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), da NASA, têm fornecido aos cientistas da agência um levantamento da distribuição mineral de Marte. Com base nessas informações, foi produzido um mapa multicolorido de 5,6 gigapixels que já cobre 86% da superfície do planeta.

Mapa mineral de Marte produzido pelo Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA, com base em dados coletados pelo instrumento CRISM. O quadrado amarelo indica a região de Nili Fossae, onde a sonda descobriu ser uma fonte de plumas de metano. Crédito: NASA/JPL-Caltech/JHU-APL

Segundo o site Phys, o mapa revela a disposição de dezenas de minerais-chave, permitindo aos pesquisadores entender melhor o passado molhado de Marte e priorizar quais regiões do planeta devem ser estudadas com mais profundidade.

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As primeiras partes deste mapa foram liberadas pelo Sistema de Dados Planetários da NASA e contam com 51 mil imagens, cada uma delas representando uma “tira” de 540 km de comprimento por 10 km de largura. Nos próximos seis meses, mais lotes serão divulgados, completando uma das pesquisas mais detalhadas já feitas da superfície marciana. 

Cada uma dessas tiras representam uma área de 540 km de comprimento por 10 km de largura na superfície de Marte. Imagem: NASA/JPL-Caltech/JHU-APL

Com seu instrumento CRISM (sigla para Compact Reconnaissance Imaging Spectrometer for Mars), o MRO vem mapeando minerais no Planeta Vermelho há 16 anos.

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Usando detectores que veem comprimentos de onda visíveis e infravermelhos, a equipe do CRISM produziu pequenos mapas minerais de alta resolução que, juntos, fornecem o maior registro até agora da formação da crosta marciana e dão pistas de onde e como ela foi alterada pela água. 

Esses guias têm sido cruciais para ajudar os cientistas a entender como lagos, córregos e águas subterrâneas moldaram o planeta há bilhões de anos. A NASA também usou os mapas do CRISM para selecionar locais de pouso para outras espaçonaves, como a Cratera Jezero, escolhida para aterrissagem do rover Perseverance, acompanhado do helicóptero Ingenuity.

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Para adquirir seus dados, o CRISM utilizou dois espectrômetros, um dos quais foi projetado com três criorrefrigeradores. Esses coolers servem para manter as temperaturas baixas, permitindo ao instrumento detectar mais claramente os comprimentos de onda mais longos da luz infravermelha solar refletida. 

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O próximo mapa será lançado dentro de um ano, mas cobrirá apenas comprimentos de onda visíveis, já que os criorrefrigeradores do CRISM perderam sua vida útil. Esse levantamento vai focar apenas em minerais de rolamento de ferro e será o último trabalho do CRISM, uma vez que o instrumento será colocado em modo de segurança e, futuramente, desativado.

“A investigação do CRISM tem sido uma das joias da coroa do MRO”, disse Richard Zurek, cientista de projetos da missão no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA. “Análises baseadas nesses mapas finais fornecerão novas informações sobre a história de Marte por muitos anos”.

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