Após escapar com sucesso da órbita da Terra e seguir seu caminho em direção à Lua, a sonda CAPSTONE (abreviação de Cislunar Autonomous Positioning System Technology Operations and Navigation Experiment), da NASA, perdeu a comunicação com os controladores da missão em solo.

Animação simula a órbita do CubeSat CAPSTONE, da NASA. Créditos: Ilustração da NASA/Daniel Rutter

“A equipe de espaçonaves está trabalhando para entender a causa e restabelecer o contato”, informou a porta-voz da agência Sarah Frazier em um comunicado emitido nesta terça-feira (5). “Se necessário, a missão tem combustível suficiente para atrasar a manobra inicial de correção da trajetória pós-separação por vários dias. Atualizações adicionais serão fornecidas o mais rápido possível”.

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“As equipes estão trabalhando para restabelecer o contato com nossa espaçonave CAPSTONE que experimentou problemas de comunicação enquanto estava em contato com a Deep Space Network”, diz o tweet do Centro de Pesquisa Ames, da NASA

Lançada no topo de um foguete Electron, da Rocket Lab, na última terça-feira de junho (28), a sonda CAPSTONE passou quase uma semana na órbita da Terra, se distanciando cada vez mais do nosso planeta por meio de queimaduras ocasionais dos motores do estágio Photon, responsável por conduzir o CubeSat por uma rota conhecida como “transferência lunar balística” (BLT) –  um caminho que, essencialmente, preza pela economia de combustível

Basicamente, a espaçonave dá uma volta na Terra e pega um “embalo” usando a força gravitacional do Sol para se lançar para fora da órbita do nosso planeta. Na prática, não é a propulsão da nave que a joga para longe, mas sim o “efeito estilingue” dessa manobra.

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Nesta animação, vemos o CubeSat CAPSTONE se desprendendo do estágio Photon para seguir sozinha em direção à sua órbita ao redor da Lua. Imagem: NASA

Se tudo correr de acordo com o plano, a sonda CAPSTONE finalmente escorregará em uma órbita circular quase retilínea (NRHO) ao redor da Lua em 13 de novembro (entenda aqui o porquê de levar tantos meses para isso). Antes, no entanto, a NASA precisará restabelecer o contato com o pequeno satélite.

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Conforme noticiado pelo Olhar Digital, ainda que não seja diretamente ligada ao Programa Artemis, da NASA, a missão CAPSTONE acabará ajudando a agência nos processos que precedem o momento de levar seres humanos de volta à Lua, o que deve acontecer entre 2025 e 2026.

Com as dimensões próximas às de um forno micro-ondas, a espaçonave tem por objetivo verificar a estabilidade da órbita que vai percorrer ao redor da Lua, modelando o que a futura pequena estação espacial Gateway precisará seguir com os astronautas a bordo.

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A órbita planejada posicionará a sonda CAPSTONE dentro de 1,6 mil quilômetros de um local estratégico da Lua em seu ponto mais próximo, fornecendo acesso ao polo sul. Esse é o principal alvo das missões tripuladas Artemis, dada a provável presença de gelo de água em crateras polares permanentemente sombreadas.

Segundo a NASA, a vantagem de tal órbita – que ainda não foi testada por outros veículos – é que futuras espaçonaves que entram e saem da superfície lunar no polo sul não precisarão voar tão alto para se encontrar com a Gateway.

Como a Lua tem concentrações de massa que podem causar perturbações em suas órbitas, o satélite CAPSTONE acabará funcionando como um teste mais barato, antes do envio da estação Gateway, naturalmente uma empreitada bem mais cara.

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