ONU recomenda que países em desenvolvimento parem de divulgar anúncios de Bitcoin

A Organização das Nações Unidas (ONU) indicou aos países em desenvolvimento que não divulguem anúncios de Bitcoin
Por Gabrielly Bento, editado por Karoline Albuquerque 14/07/2022 12h35, atualizada em 14/07/2022 12h47
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A Organização das Nações Unidas (ONU) indica que os países em desenvolvimento proíbam publicidades de criptomoedas. O órgão internacional justifica que esse dinheiro digital pode prejudicar o setor econômico e aponta os riscos que podem causar devido a baixa administração da indústria.

Em um documento de nome “All that glitters is not gold” ou “Nem tudo o que reluz é ouro”, em português, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) exibe as desvantagens que Bitcoins podem trazer. No mesmo arquivo, eles indicam também que esses países solicitem o registro obrigatório de criptomoedas.

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Além da ameaça à economia do país, as criptomoedas podem abrir brechas a operações financeiras ilícitas, dificultar o controle do fluxo de capital e substituir a moeda oficial. 

Penelope Hawkins, economista e diretora sênior de assuntos econômicos da UNCTAD afirmou ao Decrypt, que “não se trata de aprovar ou desaprovar [a criptomoeda], mas apontar que existem riscos e custos sociais associados à criptomoeda”. “Esta é uma recomendação que se aplica a quaisquer produtos financeiros especulativos ou de alto risco onde os retornos são incertos”, emendou.

Como solução para diminuir o uso, o documento sugere que os governos coloquem impostos em cima de cada transação de Bitcoin e solicite o registro de carteiras digitais e exchanges de criptomoedas. Outra ideia dada é proibir que as instituições financeiras disponibilizem seus serviços em prol das criptomoedas.

A UNCTAD afirma que “é uma necessidade urgente em termos de proteção ao consumidor em países com baixos níveis de alfabetização financeira” que pode levar a “ perdas significativas”. Já em questões de mídias, a ONU declarou que esses países devem impedir anúncios com publicidades em lugares públicos ou redes sociais.

Criptomoedas com o aplicativo da corretora binance aberto na tela de um smartphone
As criptomoedas cresceram bastante durante a pandemia da Covid-19. Imagem: Chinnapong/Shutterstock

Uma nova alternativa: os CBDCs

O “All that glitters is not gold” orienta que algumas nações criem um sistema próprio de pagamentos e que possa ser utilizado por toda sociedade de forma digital, o CBDC.

O CBDC são moedas digitais, porém controladas e emitidas pelo governo de cada país. Elas podem até ser similares com algumas criptomoedas, mas possuem esse controle das autoridades, facilitando a recuperação a possíveis riscos.  

Rohan Grey, professor de direito da Willamette University College of Law, já atuou na consultoria de moedas digitais para as Nações Unidas e afirmou que “você não precisa se preocupar que o dinheiro não terá valor com as CBDCs da mesma forma que você se preocupa com stablecoins. O US$ 1 emitido pelo governo sempre pode ser resgatado por US$ 1 emitido pelo governo.”

Países como Bahamas já possuem seu próprio CBDC, nomeado de “sand dollar”. Muitos outros já baniram as criptomoedas, como Argélia, Bangladesh, Egito, Iraque, Marrocos, Nepal, Qatar e Tunísia.

Devido a pandemia da Covid-19, o uso de criptomoedas como o Bitcoin cresceu em todo mundo, por isso a UNCTAD tomou a iniciativa de divulgar esse material com dicas e sugestões.

Como essas transferências são realizadas muito facilmente, muitas pessoas começaram a aderir a esta tecnologia, com a ideia de que estariam protegendo suas economias em caso de desvalorização da moeda e aumento da inflação.

Via: Decrypt

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Redator(a)

Gabrielly Bento é redator(a) no Olhar Digital

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital