Em julho de 2015, o rover Curiosity, da NASA, encontrou um quartzo mineral raro na região da Cratera Gale, em Marte. Agora, a descoberta foi finalmente explicada pela agência, após uma intensa investigação conduzida por três instituições de pesquisa.
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Cientistas planetários da Universidade Rice, do Centro Espacial Johnson (da NASA) e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech) acreditam que o pedaço concentrado de tridímita foi expelido por um vulcão e caiu na cratera há cerca de 1 bilhão de anos, quando ela ainda estaria cheia de água.
Extremamente raro na Terra, a tridímita é um tipo de quartzo – uma forma de sílica – gerado sob temperaturas extremas e baixas pressões, e como ele teria chegado no leito do antigo lago é algo que tem incomodado pesquisadores ao longo dos últimos sete anos.
“A descoberta de tridímita em uma rocha de lama na Cratera Gale é uma das observações mais surpreendentes que o rover Curiosity fez em 10 anos explorando Marte”, disse Kirsten Siebach, professora da Universidade Rice, em um comunicado. “Esse mineral é geralmente associado com sistemas vulcânicos formados por quartzo, explosivos e evoluídos na Terra, mas o encontramos no fundo de um antigo lago em Marte, onde a maioria dos vulcões são muito primitivos”.
Para resolver esse mistério, a equipe analisou informações sobre a formação de tridímitas na Terra. Eles também consideraram modelos de vulcanismo em Marte e seus materiais vulcânicos, bem como evidências sedimentares coletadas da Cratera Gale, onde o rover Curiosity pousou em agosto de 2012.
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Isso permitiu a elaboração de um novo cenário, que sugere que o magma marciano permaneceu por mais tempo do que o normal em uma câmara abaixo de um vulcão, permitindo uma cristalização fracionada e proporcionando a concentração de silício da lava.
Uma erupção maciça, então, expeliu cinzas contendo esse silício extra na forma de tridímita para o lago que posteriormente se tornaria a Cratera Gale e para seus rios circundantes
A cinza vulcânica foi quebrada pela água no antigo lago, que também ajudou a classificar os minerais nela contidos. Isso teria concentrado a tridímita, fazendo consonância com a descoberta do Curiosity de 2016.
O cenário apresentado pelos pesquisadores também ajudaria a explicar outros aspectos da amostra, como seus silicatos de opalina e suas concentrações reduzidas de óxido de alumínio.
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