Em julho de 2015, o rover Curiosity, da NASA, encontrou um quartzo mineral raro na região da Cratera Gale, em Marte. Agora, a descoberta foi finalmente explicada pela agência, após uma intensa investigação conduzida por três instituições de pesquisa. 

O rover Curiosity, da NASA fez este buraco para coletar material amostral de um alvo rochoso chamado “Buckskin”, em 30 de julho de 2015, quando encontrou um mineral extremamente raro chamado tridímita. Imagem: NASA/JPL-Caltech/MSSS

Cientistas planetários da Universidade Rice, do Centro Espacial Johnson (da NASA) e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech) acreditam que o pedaço concentrado de tridímita foi expelido por um vulcão e caiu na cratera há cerca de 1 bilhão de anos, quando ela ainda estaria cheia de água.

Extremamente raro na Terra, a tridímita é um tipo de quartzo – uma forma de sílica – gerado sob temperaturas extremas e baixas pressões, e como ele teria chegado no leito do antigo lago é algo que tem incomodado pesquisadores ao longo dos últimos sete anos.

“A descoberta de tridímita em uma rocha de lama na Cratera Gale é uma das observações mais surpreendentes que o rover Curiosity fez em 10 anos explorando Marte”, disse Kirsten Siebach, professora da Universidade Rice, em um comunicado. “Esse mineral é geralmente associado com sistemas vulcânicos formados por quartzo, explosivos e evoluídos na Terra, mas o encontramos no fundo de um antigo lago em Marte, onde a maioria dos vulcões são muito primitivos”.

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Para resolver esse mistério, a equipe analisou informações sobre a formação de tridímitas na Terra. Eles também consideraram modelos de vulcanismo em Marte e seus materiais vulcânicos, bem como evidências sedimentares coletadas da Cratera Gale, onde o rover Curiosity pousou em agosto de 2012.

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Isso permitiu a elaboração de um novo cenário, que sugere que o magma marciano permaneceu por mais tempo do que o normal em uma câmara abaixo de um vulcão, permitindo uma cristalização fracionada e proporcionando a concentração de silício da lava.

Uma erupção maciça, então, expeliu cinzas contendo esse silício extra na forma de tridímita para o lago que posteriormente se tornaria a Cratera Gale e para seus rios circundantes

A cinza vulcânica foi quebrada pela água no antigo lago, que também ajudou a classificar os minerais nela contidos. Isso teria concentrado a tridímita, fazendo consonância com a descoberta do Curiosity de 2016. 

O cenário apresentado pelos pesquisadores também ajudaria a explicar outros aspectos da amostra, como seus silicatos de opalina e suas concentrações reduzidas de óxido de alumínio.

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