Um foguete Longa Marcha 5B lançado pela Administração Espacial Nacional da China no último dia 24 vai finalmente fazer sua reentrada na Terra (pelo menos parte dele) neste domingo (31). No entanto, este caso específico chama a atenção pelo histórico desse modelo de reentradas descontroladas.

O módulo que vai voltar para cá tem 53,3 metros de comprimento e pesa cerca de 23 toneladas. O suficiente para fazer um estrago caso caia em uma área habitada. A boa notícia é que as chances disso acontecer são bem baixas. Ainda assim, não temos muita ideia de onde ele vai cair.

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Explicando: ao contrário da maioria dos foguetes atuais, a reentrada do módulo do Longa Marcha 5B não pode ser prevista antes de seu lançamento e a área onde ele pode cair é muito grande. Pesquisadores trabalharam para tentar descobrir o local aproximado da queda. O que se sabe é que ela certamente vai ocorrer neste domingo, após alguns dias do módulo em órbita. 

Reentrada perigosa de foguete

De acordo com os pesquisadores, as chances do foguete causar algum tipo de acidente são bastante remotas, considerando que a quantidade de espaço desabitado no mundo é consideravelmente maior do que a de habitado e a rota atual leva o foguete mais próximo do polo sul. Uma nota divulgada pelo site Aerospace durante essa semana analisa as possibilidades.

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“Devido à natureza descontrolada de sua descida, há uma probabilidade diferente de zero de os detritos sobreviventes pousarem em uma área povoada – mais de 88% da população mundial vive sob a pegada potencial de detritos da reentrada”, explica o texto.

“Uma reentrada desse tamanho não queimará na atmosfera da Terra, e a regra geral é que 20-40% da massa de um objeto grande atingirá o solo, embora isso dependa do design do objeto”, completa ainda.

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 Esse é o mesmo modelo que sofreu na hora da reentrada na Terra em 2021 e espalhou detritos pousando no oceano Índico. Na época, existia o risco do estrago alcançar partes habitadas. No ano anterior, uma parte da costa oeste da África foi atingida por detritos e estruturas foram destruídas, mas ninguém ficou ferido.

Bill Nelson, principal diretor da NASA, chegou a afirmar na época que a China estava “deixando de cumprir os padrões responsáveis ​​em relação a seus detritos espaciais”. O país asiático, por sua vez, rejeitou as críticas e garantiu a segurança de seus foguetes. No ano passado, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que o risco de acidente era “extremamente baixo”

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Lançamento para estação chinesa

O foguete decolou de Wenchang, na província de Hainan, levando o Wentian, um módulo de laboratório experimental movido a energia solar que vai compor uma das partes finais da Tiangong, a estação espacial chinesa que deve servir de resposta do país à Estação Espacial Internacional (ISS).

Esse lançamento, inclusive, deve fazer a estação ficar 50% completa. Mais dois módulos devem ser lançados nos próximos meses, um em outubro deste ano e outro no ano que vem.  

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No fim do ano, a missão Shenzhou-15 levará mais três astronautas à estação, que se juntarão à tripulação Shenzhou-14, atualmente presente no laboratório orbital, de acordo com o Conselho de Estado da República Popular da China, sendo a primeira vez que o lugar terá lotação máxima.

Segundo o site de notícias China Military Online, isso acontecerá durante cinco a dez dias, até que a tripulação de Shenzhou-14 retorne à Terra, deixando os taikonautas da missão Shenzhou-15 completando a integração dos módulos.

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