Doses pesadas de radiação podem atingir astronautas em Marte mesmo com proteção

Por Flavia Correia, editado por Acsa Gomes 15/08/2022 17h30, atualizada em 17/08/2022 14h10
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Há alguns meses, a NASA detalhou seus planos para uma missão que pretende levar dois astronautas para pisar na superfície de Marte – algo inédito para a humanidade e que deve acontecer até o fim da próxima década.

De acordo com um novo e preocupante estudo publicado no servidor de pré-impressão arxiv – que ainda precisa ser revisado por pares – os astronautas submetidos a uma missão tripulada a Marte, no entanto, provavelmente enfrentariam níveis devastadores de radiação – mesmo usando escudos metálicos protetores.

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Segundo o artigo, os cientistas basearam suas pesquisas na simulação de uma missão tripulada de mil dias – 600 dias de tempo de viagem e 400 dias na superfície de Marte.

Conforme relata o site New Scientist, o trabalho foi motivado pela lacuna de gênero na pesquisa de radiação espacial. A maioria dos estudos em campo se concentrou em corpos masculinos — a NASA vai enviar manequins de teste com anatomias femininas para viagens de longa duração no espaço pela primeira vez este ano, por meio da missão Artemis 1.

Diante disso, os cientistas incluíram modelos virtuais abrangentes de anatomias masculinas e femininas em seu estudo. Esses modelos foram bombardeados com radiação simulada, como aquelas causadas por erupções solares, e estudados usando software de rastreamento de partículas. Os testes foram feitos com e sem blindagem de alumínio.

Nível de radiação que astronautas enfrentariam em missões a Marte seria alarmante, mesmo com escudos protetores. Imagem: ConceptCafe – Shutterstock

Ao examinar o impacto da missão simulada de mil dias em mais de 40 partes dos corpos modelados digitalmente, os pesquisadores determinaram que a maioria dos órgãos individuais analisados continha níveis de radiação ao longo de um sievert (Sv), a unidade usada para avaliar o impacto da radiação ionizante sobre os seres humanos.

Os cientistas alertam que a maioria das agências espaciais em todo o mundo estipula que nenhum astronauta deve ser exposto a mais de um sievert de radiação ao longo de toda a sua carreira, enquanto a NASA afirma que 0,6 sieverts devem ser o máximo.

Se os resultados forem comprovados, mais medidas de proteção devem ser adotadas antes que qualquer astronauta possa chegar com segurança ao cobiçado vizinho vermelho da Terra.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.