A imagem impressionante de uma mosca zumbi com fungo brotando do corpo venceu o concurso de imagens da revista científica BMC Ecology and Evolution. E não foi à toa. A captura feita parece algo de ficção científica.

Na fotografia, é possível ver com riqueza de detalhes no inseto os esporos de um fungo chamado Ophiocordyceps, um gênero da família Ophiocordycipitaceae. O autor da imagem premiada é Roberto García-Roa, biólogo evolucionário e fotógrafo de conservação afiliado à Universidade de Valência, na Espanha, e à Universidade de Lund, na Suécia.

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Imagem da mosca zumbi
Imagem: Divulgação/Roberto García-Roa/BMC Ecology and Evolution

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Roberto tirou a fotografia da pobre mosca zumbi enquanto caminhava pela selva peruana. O fungo em questão pertence à família Cordyceps, que possui mais de 400 espécies diferentes, cada uma visando uma determinada espécie de inseto.

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Um fungo que controla mentes

Desde formigas a libélulas, baratas e besouros. Há uma gama de vítimas da família do fungo controlador de mentes. E, apesar dessa forma agressiva de “viver”, o fungo tem uma importante função. Ele é um exemplo do mecanismo de controle populacional da própria natureza para garantir que o equilíbrio ecológico seja mantido.

O fungo age se infiltrando no exoesqueleto e no cérebro do hospedeiro através de esporos espalhados no ar. Uma vez dentro da vítima, os esporos brotam longos tentáculos chamados micélios.

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Eventualmente, esses tentáculos chegam ao cérebro do hospedeiro e liberam substâncias químicas nocivas, que “zumbizam” a vítima. Agora, já controlando a mente do hospedeiro, o fungo faz o zumbi se mudar para um local mais favorável para poder prosperar e crescer.

Enquanto isso, ele vai comendo o hospedeiro, lentamente… e também vai brotando novos esporos por todo o corpo da vítima, como aparece na imagem da mosca zumbi. A coisa não para por aí. Os brotos explodem e liberam ainda mais esporos no ar, que infectam outras vítimas desavisadas.

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A fotografia premiada de Roberto foi apresentada com outras oito imagens impressionantes na revista. Elas foram escolhidas pelo editor da BMC Ecology and Evolution e pelos membros seniores do conselho editorial dela. A competição teve como objetivo dar a ecologistas e biólogos evolucionários a oportunidade de usar a criatividade para celebrar as pesquisas que fazem e a interseção entre arte e ciência.

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Via Ars Technica