Ser um astronauta é sonho de muita criança. Explorar o Universo em com um capacete reluzente faz parte do nosso imaginário, apesar de ser uma realidade extremamente distante para quase todo mundo. Trabalhar com isso é algo bastante desafiador e difícil de conseguir, mas se tornar um astronauta não é algo impossível.

Primeiro é preciso entender que o trabalho de um astronauta vai bem além de explorar o espaço. Aliás, a maior parte deles passa a vida sem nunca ir para fora da Terra. Mas o fato é que boa parte de quem entra neste processo seletivo desafiador sonha com a chance de um dia embarcar em um foguete.

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O que é preciso para virar um astronauta?

Existe um processo na NASA extremamente concorrido. Para ter uma noção, ele é considerado cerca de 74 vezes mais difícil que o da famosa Universidade de Harvard. Ou seja, se você pretende tentar ser um astronauta é bom se preparar bastante, até porque existem uma série de requisitos. 

Apesar de não ter uma formação acadêmica específica, para entrar no processo é recomendável um  bacharelado em engenharia, ciências biológicas, ciências físicas, ciências da computação ou matemática. Além disso, os astronautas também são pilotos, então experiência profissional pilotando aeronaves também é um ótimo diferencial.

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Para se tornar um astronauta também são necessárias habilidades físicas, como mergulho e um corpo acostumado com rigorosos treinamentos, e ainda o conhecimento de idiomas. Além do inglês, óbvio, o Russo é bastante necessário devido às missões que a NASA realiza com a Roscosmos, a agência espacial russa. Com tudo isso, treinamento militar também é desejado. 

Como é o processo seletivo?

Bem, para começar vamos para algumas estatísticas. Em 2017, por exemplo, a turma de astronautas da temporada foi formada apenas por 12 dos 18.300 candidatos. Isso dá uma noção do quão complicada é a vida de quem deseja ocupar um cargo desses.

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O processo em si envolve principalmente três elementos: análise do perfil, exame médico e entrevista. Inicialmente, os inscritos são avaliados pelo RH da NASA para ver se se encaixam no perfil. Os pré-selecionados então vão para uma banca do Painel de Classificação de Astronautas, composto por cerca de 50 profissionais da área.

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O painel seleciona cerca de 120 candidatos que também passam pelo Conselho de Seleção de Astronautas, onde ocorrem entrevistas e exames médicos. Dos 120 sobram 50 que passam por uma nova rodada igual a anterior. Deste, saem o grupo enxuto final, que não tem uma quantidade pré-determinada e varia de acordo com a quantidade de candidatos bem avaliados.

Depois disso, os poucos escolhidos começam um treinamento básico, que dura cerca de dois e envolve aulas de pilotagem, mergulho, aulas de russo e um intenso treinamento físico. Apenas depois dessa etapa os astronautas começam a ajudar e contribuir em missões e só uma pequena parcela deles consegue ter a chance de visitar o espaço um dia.

Esse é o processo da NASA, o mais concorrido e longo para se tornar um astronauta. Mas no caso da Agência Espacial Europeia (ESA), por exemplo, não muda muito. O nível de exigência segue bastante alto e as qualificações necessárias são bem semelhantes. 

Astronauta Bruce McCandless em uma caminhada espacial sem cordão umbilical em 1984
Astronauta Bruce McCandless em uma caminhada espacial sem cordão umbilical em 1984. Créditos: NASA

Como se tornar um astronauta sendo brasileiro?

Bom, primeiramente, para participar do processo da NASA ou da ESA é preciso ter naturalidade respectivamente americana ou de algum dos 22 países-membros da agência europeia. Ou seja, não há naturalmente uma forma de se tornar astronauta sendo brasileiro. 

Os países da ESA são: Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Romênia, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido. Incluem também nações associadas como Canadá, Eslovênia, a Letônia, Lituânia, Bulgária, Croácia, Chipre, Malta e Eslováquia.

A boa notícia é que alguns desses países possuem um processo simplificado para quem deseja obter cidadania, o que pode facilitar o sonho de quem deseja ser um astronauta.

Mas será possível se tornar um astronauta apenas sendo cidadão brasileiro? Bom, temos apenas um histórico desses, o de Marcos Pontes. Na época houve um projeto do Brasil em parceria com agências internacionais para levar um brasileiro ao espaço. Atualmente não existe nenhum programa desse tipo em andamento. No entanto, o Brasil tem participação, por exemplo, no Programa Artemis, que visa levar astronautas novamente à Lua. Então quem sabe no futuro uma oportunidade do tipo volte a aparecer. 

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