Derretimento de camada de gelo da Groenlândia pode provocar drástico aumento no nível do mar

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 31/08/2022 08h30
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Imagem: Urso polar em cima de uma calota de gelo. Créditos: PHOTOCREO Michal Bednarek/Shutterstock
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Um estudo publicado na Nature Climate Change apontou que há 99% de chances de, quando o gelo que cobre a Groenlândia derreter, a água doce escorrer diretamente para o oceano Atlântico. Essa situação pode provocar um aumento de 27,4 centímetros no volume dos oceanos.

Essa previsão foi feita com base na dinâmica de chuvas e temperaturas registradas na última década. Apesar dessa dinâmica não ser o único fator de influência, ela é um dos mais importantes. Pode-se esperar a perda de pouco mais de 3% do gelo existente, mesmo com a estabilização do clima.

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Entretanto, a previsão anterior não representa o cenário mais crítico. Caso o pior ano das últimas duas décadas se tornasse representativo do ciclo hídrico da Groenlândia, a perda de gelo seria muito mais drástica, e poderia levar a um aumento de 78,2 centímetros no nível do mar.

De acordo com os pesquisadores, a humanidade passa por momentos sem precedentes da história e, embora o novo modelo de previsão não esclareça exatamente quanto tempo essa transação demoraria pode ocorrer, os cientistas sugerem que poderíamos estar olhando para uma janela de talvez um ou dois séculos, dado o que sabemos sobre nosso mundo hoje.

No artigo há a ressalva de que muito de como o mundo será nos próximos anos depende de como a população age nos dias atuais, porém, a não ser uma era glacial espontânea aconteça, a Groenlândia está fadada a ver seu gelo derreter lentamente. Se dias como os de 2012, se repetirem -houve dias em que 97% do manto de gelo mostrava sinais de derretimento da superfície- os cenários descritos podem chegar muito mais rápido do que se pensava.

Tamanho volume de água doce no Atlântico Norte flutuaria em cima da água salgada mais densa, alterando as correntes oceânicas que, dentre outras funções, ajudam a resfriar o equador do planeta. Cada um grau de aumento na temperatura nos aproxima dessa possibilidade sombria.

Esse pode ser um destino passível de ser atenuado. Enquanto uma parte do gelo da Groenlândia está destinado a desaparecer, ainda está em nosso poder para manter suas geleiras garantidas por mais algum tempo.

Via: Science Alert

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.