Diamantes misteriosos espaciais se originaram em colisão de meteorito, diz estudo

Por Lucas Soares, editado por Rodrigo Mozelli 13/09/2022 06h30
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Estudando um material que se assemelha ainda mais à composição de planetas gigantes gelados, pesquisadores descobriram que o oxigênio aumenta a formação de chuva de diamantes. A equipe também encontrou evidências de que, em combinação com os diamantes, uma fase recentemente descoberta da água, muitas vezes descrita como "gelo quente e preto" poderia se formar. Crédito: Greg Stewart/SLAC National Accelerator Laboratory
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Um tipo de diamante bastante misterioso finalmente pode ter tido sua origem revelada, e ela está no espaço. Esses diamantes super-resistentes na realidade não foram formados na superfície de planetas, mas sim com a colisão de um asteroide com um antigo planeta anão em nosso sistema solar, há 4,5 bilhões de anos.

A empreitada reuniu cientistas de várias instituições lideradas pela Universidade de Monash e pelo Instituto Real de tecnologia de Melbourn. lonsdaleíta são cristais extremamente raros com forma hexagonal e foram encontrados pela primeira vez na década de 60. No entanto, a existência desses cristais na natureza ainda era questionada. 

Enquanto diamantes comuns são formados pelas altas temperaturas do carbono no núcleo da Terra, estes cristais raros são encontrados em meteoritos ureilita, justamente o tipo de rocha espacial que os cientistas acreditam ser resultado da colisão de um meteoro com um planeta anão de nosso sistema solar. 

O professor da Monash University Andy Tomkins (à esquerda) com o acadêmico de doutorado da RMIT University Alan Salek segurando uma amostra de meteoro de ureilita no RMIT Microscopy and Microanalysis Facility. 
Crédito: Universidade RMIT

Diamantes formados da colisão de meteorito

“Este estudo prova categoricamente que a lonsdaleita existe na natureza”, disse McCulloch, diretor do RMIT Microscopy and Microanalysis Facility. “Também descobrimos os maiores cristais de lonsdaleita conhecidos até hoje, com tamanho de até um mícron – muito, muito mais fino que um fio de cabelo humano”.

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“Há fortes evidências de que há um processo de formação recém-descoberto para a o lonsdaleíta e o diamante regular, que é como um processo de deposição de vapor químico supercrítico que ocorreu nessas rochas espaciais, provavelmente no planeta anão logo após uma colisão catastrófica”, completou McCulloch. 

O estudo analisou como os cristais lonsdaleíta se comportam nesse tipo de meteorito utilizando pequenas amostras em um microscópio. “A natureza nos forneceu, assim, um processo para tentar replicar na indústria. Achamos que a lonsdaleíta poderia ser usada para fazer peças de máquinas minúsculas e ultra-duras se pudermos desenvolver um processo industrial que promova a substituição de peças de grafite pré-moldadas por lonsdaleíta “, finaliza o pesquisador Andy Tomkins.

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Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.