Depois de quase um ano do lançamento, a missão DART, da NASA, finalmente colidiu com o asteroide Dimorphos em um momento histórico na noite da última segunda-feira (27). O impacto do momento foi filmado pela câmera Draco, instalada na própria nave, mas também por telescópios aqui da Terra.
As primeiras imagens de telescópios daqui foram feitas pelo Observatório Atlas, na África do Sul, país onde o fenômeno foi visível. Aliás, o continente africano e parte da Ásia foram as regiões onde a colisão pôde ser flagrada por telescópios terrestres.
O LICIACube, satélite enviado pela Agência Espacial Italiana, que foi solto no espaço pela DART, também teve sua primeira foto revelada. No caso, essa imagem é a primeira de muitas outras que o equipamento deve fazer da colisão.
Missão DART para colidir nave com asteroide foi um sucesso
O impacto se deu às 20h14 (horário de Brasília) e foi transmitido ao vivo pelo Olhar Digital. O objetivo da missão é conseguir desviar levemente a órbita do asteroide para testar a capacidade de proteção da Terra contra eventuais ameaças do tipo.
De acordo com a NASA, é esperado que os primeiros resultados saiam nas próximas duas semanas, que devem confirmar se o desvio realmente aconteceu. Lembrando que o Dimorphos, que faz parte de um sistema duplo de asteroides, não tem risco de entrar em rota de colisão com a Terra e está a uma distância segura de nós.
“Eles superaram minhas expectativas”, disse Nancy Chabot, líder de coordenação da missão DART e cientista planetária do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, durante a transmissão do evento.
A filmagem é muito importante, já que os cientistas viram poucos asteroides de perto. Quando as imagens finais da DART chegaram à Terra, os membros da equipe da missão – e todos que sintonizaram a transmissão ao vivo – viram um campo incrível de rochas cinzentas angulares intercaladas com seixos, cascalho e poeira. “Sei que outros cientistas como eu na equipe já estão apontando para essas imagens dizendo: ‘Você viu aquela pedra? Você viu aquela área lisa?’”, disse Chabot.
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Muito além dessa missão
Os cientistas terão ainda outra oportunidade de ver Dimorphos em detalhes, desta vez por muito mais tempo. A Agência Espacial Europeia lançará o Hera, missão de acompanhamento, em 2024.
A Hera chegará em 2026 e, ao contrário da DART, ficará nas redondezas, explorando Dimorphos e Didymos. A missão dará aos cientistas melhor visão da própria cratera de impacto após a poeira baixar, bem como dos estados naturais dos asteroides.
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