Você já deve ter ouvido falar na oxitocina como “hormônio do amor”. Porém, cientistas descobriram recentemente o potencial desse composto bioquímico em ajudar o tecido cardíaco a se regenerar após uma lesão. Diante da descoberta, é possível – pelo menos em teoria – que o hormônio possa ser usado no tratamento de ataques cardíacos.

A oxitocina foi apelidada de “hormônio do amor” por seu conhecido papel na criação de laços sociais e confiança entre as pessoas, e seus níveis geralmente aumentam quando as pessoas se abraçam, fazem sexo ou têm orgasmo.

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No entanto, esse hormônio desempenha muitas outras funções no corpo, como nas contrações durante o parto e na lactação. Também é conhecido o papel da oxitocina na proteção do sistema cardiovascular, pois ajuda a diminuir a pressão arterial e reduz a inflamação, de acordo com uma revisão publicada, em 2020, na revista Frontiers in Psychology.

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Agora, um novo estudo descobriu mais um outro benefício potencial da oxitocina: ajudar o coração a substituir as células musculares responsáveis pelas contrações do coração – chamados de cardiomiócitos – feridas e mortas.

De acordo com pesquisa, publicada na revista Frontiers in Cell and Developmental Biology nesta sexta-feira (30), o coração humano tem uma capacidade muito limitada de reparar ou substituir tecido danificado ou morto.

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Alguns estudos sugerem que um processo amplamente estudado em animais também possa ocorrer em humanos adultos. Observou-se que, após uma lesão, um conjunto de células da membrana mais externa do coração (chamado de epicárdio) migram para a camada de músculo do órgão e se transformam em algo semelhante a células-tronco. A partir disso, elas são capazes de se transformar em vários tipos de células cardíacas, incluindo cardiomiócitos.

Infelizmente, se o processo ocorre em pessoas, parece se desdobrar de maneira muito ineficiente e em poucas células para resultar em uma regeneração significativa dos tecidos após um ataque cardíaco, disseram os autores do estudo.

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Por isso, a descoberta do papel da oxitocina neste processo é tão relevante, pois seria uma forma de estimular mais células epicárdicas a se transformarem em cardiomiócitos.

Originalmente, a pesquisa foi feita somente com peixes-zebra, pois eles são conhecidos por sua impressionante capacidade de regenerar tecidos em seu corpo, incluindo cérebro, ossos e coração.

Neles, a equipe descobriu que, três dias após uma lesão, os cérebros dos peixes começaram a bombear oxitocina como loucos, produzindo até 20 vezes mais do que antes da lesão. O hormônio então viajou para o coração, conectou-se a seus receptores e deu início ao processo de transformação das células epicárdicas em novos cardiomiócitos.

Eles também testaram outros 14 hormônios feitos pelo cérebro, mas nenhum deles conseguiu produzir o mesmo efeito.

A partir dos resultados positivos obtidos, os cientistas avançaram para estudar o comportamento de células humanas em uma placa de laboratório. Os primeiros resultados sugerem que a oxitocina pode estimular efeitos semelhantes em pessoas, se administrada na hora e na dose corretas.

Via Live Science

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