A capacidade de combinar motores elétricos e a combustão é o grande trunfo dos híbridos, um segmento de veículos cada vez mais popular, especialmente no exterior. Para ter uma ideia, a Toyota já vende mais carros eletrificados que a gasolina.

O segmento também ganhou adeptos no Brasil e registrou aumento de procura. Segundo um levantamento do Mercado Livre, houve um aumento de 77% na busca por carros elétricos e híbridos na plataforma em 2022, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

Entre os modelos mais buscados estão: Toyota Corolla, Ford Fusion e Porsche Panamera. Pensando nisso, separamos alguns benefícios e detalhes que merecem sua atenção antes de apostar nessa categoria de veículos.

Todos os híbridos são iguais?

Apesar de o princípio ser o mesmo entre as montadoras, ou seja, equipar o carro com uma unidade a bateria e outra a gasolina, cada marca aplica a tecnologia da sua maneira, podendo haver diferenças notáveis.

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O motor elétrico pode ser acionado apenas em baixa velocidade e até ser desativado quando uma certa velocidade for atingida. Enquanto outras marcas podem tirar proveito da potência extra para ajudar na aceleração em modelos esportivos. 

 Motor de um carro híbrido.
Exemplo de motorização de um carro híbrido com a unidade a combustão na esquerda e a elétrica à direita. Imagem: Asturcon/Shutterstock

Vantagens dos carros híbridos

A primeira é que ao usar o motor elétrico, a emissão de gases diminui. O propulsor a bateria também não emite ruídos enquanto está ativado, diminuindo a poluição sonora nas ruas.

Toyota Prius Plug-in Hybrid.
Toyota Prius é o híbrido mais vendido do Brasil em 2022. Imagem: Karolis Kavolelis/Shutterstock

Diferente de veículos mais avançados movidos a hidrogênio ou apenas elétricos, também há uma gama considerável de modelos no mercado. Os mais vendidos no Brasil até setembro de 2022 são:

  • Toyota Prius (R$ 190.190);
  • Toyota Corolla Altis Hybrid (R$ 154.890);
  • Toyota Corolla Cross XRV Hybrid (R$ 177.290);
  • Lexus UX Luxury 250h (R$ 259.990);
  • Volvo XC40 T5 Momentum (R$ 269.950);
  • Honda Accord Hybrid (R$ 299.990);
  • BMW 330e (R$ 372.950).

Outro recurso que vale ser destacado é a capacidade de recuperar a carga da bateria em movimento aproveitando a energia dos freios. Essa tecnologia veio da Fórmula 1, que desde 2014 adota motores híbridos.

Além disso, os proprietários podem obter incentivos do governo na compra e descontos no pagamento de impostos. Em São Paulo, por exemplo, o motorista terá 50% de abatimento no IPVA

Sem contar com a autonomia, que no fim do dia fica muita acima dos carros totalmente elétricos por conta do apoio do motor a gasolina.

Desvantagens dos carros híbridos

Alguns componentes usados para fabricar um sistema híbrido são elementos que precisam ser extraídos da natureza, gerando impactos no meio ambiente.

Com dois motores a bordo e as baterias, os híbridos também são mais pesados, o que pode prejudicar o alcance final do veículo em percursos de longa distância.

Os carros da categoria, especialmente no Brasil, também são mais caros que as versões que rodam com combustíveis fósseis.

Cabe ao motorista pesar os prós e contras. A economia de combustível, principalmente para quem roda na cidade, é sem dúvidas um ponto forte. No entanto, o preço de partida ainda é um obstáculo que pesa no bolso. O que nos leva a outra questão: vale a pena comprar um carro híbrido usado?

Híbridos usados

Entre os aspectos que devem ser considerados, procure informações sobre o histórico de revisões, além da disponibilidade e o preço das peças de reposição no varejo. 

Vale uma atenção especial ao desgaste da bateria! No Ford Fusion Hybrid, por exemplo, um dos modelos há mais tempo no mercado nacional, o componente novo sai em torno de R$ 40 mil, sem contar com o preço da substituição. A boa notícia é que a garantia de fábrica da montadora cobre a bateria por oito anos.

Já a bateria do Prius, o mais popular da categoria, sai por cerca de R$ 10.500, também com garantia de oito anos oferecida pela Toyota. A montadora japonesa estima que a bateria de um carro híbrido dura cerca de 10 anos antes de perder sua eficiência.

Um híbrido fabricado em 2010, por exemplo, precisará logo de novas baterias, o que, como vimos antes, não sai barato. Um Fusion híbrido usado modelo 2010 custa na faixa dos R$ 50 mil, porém, só a bateria sozinha quase supera o valor do carro.

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Manutenção

Outro ponto a ser considerado é a presença de mão de obra especializada na sua região. Por conta da alta tensão do sistema, é preciso realizar procedimentos obrigatórios por segurança. Um deles é a desenergização do sistema.

Agora, imagine que alguma peça essencial do carro apresente problema em uma cidade do interior. Nesse caso, a probabilidade de encontrar um especialista ainda é rara. Nos grandes centros, isso tende a melhorar mais rápido com mais modelos nas ruas.

No fim, apesar da falta de infraestrutura, a eletrificação de automóveis está caminhando no Brasil. Em 2021, segundo os dados da Anfavea, foram 34.990 veículos eletrificados vendidos, 77% a mais que no ano anterior.

Imagem principal: NeydtStock/Shutterstock

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