No último dia 26 de setembro a NASA finalmente conseguiu colidir a nave da missão DART com o asteroide Dimorphos, em um teste de defesa planetária que visa preparar a humanidade caso um dia haja uma ameaça real (felizmente o alvo em questão não tem chances de colidir com a Terra. 15 dias depois e estamos perto de saber se o impacto foi suficiente para desviar a órbita do objeto espacial.

A NASA marcou para esta terça-feira (11) uma coletiva em que vai revelar mais detalhes sobre os resultados da missão DART. A agência não confirmou, mas a expectativa é que os primeiros dados sobre o desvio da órbita sejam divulgados. A julgar pela presença de figuras ilustres, como o administrador do órgão, Bill Nelson, a transmissão vai ser bem importante.

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De acordo com o anúncio, a coletiva de imprensa está marcada para começar às 15h (horário de Brasília) e poderá ser vista no site da NASA. Participam da transmissão o Administrador da NASA, Bill Nelson; Giorgio Saccoccia, presidente da Agência Espacial Italiana; Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciência Planetária na sede da NASA em Washington; Tom Statler, cientista do programa DART na sede da NASA e Nancy Chabot, líder de coordenação do DART no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins (APL) em Laurel, Maryland.

Missão DART e seu objetivo de colidir com um asteroide

Ao contrário do que vimos em filmes de ficção científica, a colisão não destruiu o asteroide, e isso nem foi cogitado. A intenção da missão milionária da NASA é saber se o impacto da nave é suficiente para tirar o Dimorphos levemente de sua trajetória. 

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O asteroide também não deve ter sua rota desviada de forma perigosa. “Nós movemos o pequeno, mas o grande é como uma âncora. Ele o está segurando”, explicou Andy Cheng, cientista-chefe de defesa planetária do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (APL), que administra a Missão DART para a NASA, disse em entrevista coletiva na segunda-feira.

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O alvo escolhido para colidir com a DART

O Dimorphos faz parte do sistema duplo de asteroides Didymos e foi escolhido, entre outros fatores, por conseguir ser observado por telescópios aqui da Terra, mesmo estando a 11 milhões de quilômetros de distância de nós. O cubesat LICIACube, da Agência Espacial Italiana, foi lançado junto com a DART e também está fazendo registros da colisão.

“O sistema Didymos é um binário eclipsante, o que significa que, de nossa posição na Terra , o Dimorphos passa regularmente na frente e atrás de Didymos enquanto orbita”, escreveram funcionários da JHUAPL em uma ficha técnica do DART.

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Segundo Nancy Chabot, líder de coordenação da missão DART e cientista planetária do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, a colisão superou as expectativas da equipe. No entanto, ainda falta muito trabalho. “Sei que outros cientistas como eu na equipe já estão apontando para essas imagens dizendo: ‘Você viu aquela pedra? Você viu aquela área lisa?’”, disse Chabot na transmissão.

Os cientistas terão ainda outra oportunidade de ver Dimorphos em detalhes, desta vez por muito mais tempo. A Agência Espacial Europeia lançará o Hera, missão de acompanhamento, em 2024.

A Hera chegará em 2026 e, ao contrário da DART, ficará nas redondezas, explorando Dimorphos e Didymos. A missão dará aos cientistas melhor visão da própria cratera de impacto após a poeira baixar, bem como dos estados naturais dos asteroides. Mas até lá já saberemos se a NASA conseguiu desviar o asteroide.

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