Prós
  • Design continua impecável
  • Bateria com boa autonomia
  • Center Stage é ótimo para chamadas de vídeo
  • Desempenho num nível muito alto
  • Magic Keyboard transforma o iPad em (quase) um PC
Contras
  • iPadOS ainda limita o uso do iPad Air
  • Tela poderia ter ao menos 90 Hz

O iPad Air sempre foi aquele modelo de tablet intermediário, só que com tanto poder de fogo que pode deixar muita gente confusa na hora da compra. Em 2022 a Apple deixou a linha que separa ele dos Pro ainda mais fina ao trazer o chip M1 dos MacBooks…e também dos iPads Pro.

Neste modelo, o iPad Air de 2022 continua com o mesmo visual adotado na geração passada, entrega porta USB-C para conexão com muitos acessórios, tem hardware mais do que suficiente para qualquer situação de uso, traz 5G, nova câmera frontal com Center Stage e tenta convencer você a deixar o notebook de lado e andar com ele na mochila.

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Será que o iPad Air de 2022 com chip M1 é seu próximo PC? Eu sou André Fogaça e passei as últimas semanas usando este modelo no meu cotidiano, para te responder essas perguntas nos próximos parágrafos. Então, vem comigo.

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Review do iPad Air (2022) em vídeo

Design e tela

O iPad Air foi um dos últimos modelos de iPad que passou por um banho de loja e abandonou o botão home, junto das bordas mais grossas que ajudam na hora de segurar o tablet. Por aqui nada muda. O visual desta geração segue a anterior em praticamente tudo e isso significa a presença de bordas retas, em um ar mais sóbrio.

O botão liga/desliga tem o Touch ID e eu gosto muito do uso do leitor biométrico, os controles de volume também estão no mesmo local e o acabamento do corpo é todo em alumínio, muito bonito mesmo. O som sai dos dois lados, mas uma curiosidade é que ele tende a ser emitido apenas pela parte inferior, quando o tablet está deitado.

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iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Atrás fica a única câmera e ela tem 12 megapixels deixando a frente para uma tela grande com 10,9 polegadas. O marketing da Apple chama este componente de Liquid Retina, mas você pode chamar de LCD IPS, resolução de 2.360 x 1.640 pixels, calibração de cores pelo True Tone, 500 nits de brilho máximo, com ampla cobertura de cores pelo P3 e é compatível com o Apple Pencil de segunda geração.

Colocando essa sopa de letrinhas em algo mais fácil para entender: ela é ótima, mas eu esperava mais. As cores são reproduzidas com vivacidade, os ângulos de visão são generosos, ter o Apple Pencil funcionando pode ser um extra bom para muita gente, mas não ter atualização em 120 Hz faz falta. A Apple poderia ser mais conservadora e adotar, sei lá, 90 Hz, mas não. Por aqui são 60 Hz mesmo.

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Leitor de impressões digitais e câmera de 12 megapixels (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Leitor de impressões digitais e câmera de 12 megapixels (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Também sinto que o brilho de 500 nits é pouco para uso externo. Ele lida bem demais em locais fechados, mas no lado de fora você briga com o sol em muitas ocasiões.

Hardware e software

Por dentro você já sabe, eu já falei que esse iPad Air tem um chip M1 que é basicamente o mesmo presente no MacBook Air, Pro e no Mac Mini. Ele vem acompanhado de até 256 GB de memória interna e como sempre, sem possibilidade de expansão. Olhando para esse conjunto, que ainda tira proveito de 8 GB de RAM, eu digo que não existe absolutamente um aplicativo que não abra de forma instantânea por aqui.

Eu não consegui abrir um jogo, por mais pesado que fosse, que não rodou liso e sem engasgos, com todos os gráficos no máximo. Mesmo quando mais de um game estava aberto, nada fez o chip soluçar. Nada.

iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Se no lado do hardware não existe o que faça o iPad Air de 2022 ter alguma dificuldade, no software encontro pontuais limitações. Ao menos com o iPadOS 15 e não o 16. Tudo que você já consegue fazer no iPad Air sem chip M1, você faz aqui da mesma forma. Abre a mesma quantidade máxima de três apps simultaneamente, as janelas só podem funcionar cobrindo toda a tela e ligar num monitor externo só espelha o display do tablet.

Isso, essa limitação, me deixa com a sensação de poder de fogo desperdiçado. Mas, em suma: você tem a melhor interface para tablets que apps podem dar, pode plugar memória externa na porta USB-C e acessar arquivos, até usar um mouse e teclado Bluetooth ou USB mesmo, ou o Magic Keyboard que faz o iPad “flutuar” na sua frente.

Tudo isso também pode ser realizado em um iPad sem o chip M1, sem nenhuma limitação. Entende onde quero chegar? Claro que o desempenho extra por aqui garante esse tablet rodando bem qualquer coisa por mais tempo, mais anos, mas eu ainda acho que o iPadOS precisa ter uma interface minimamente mais voltada para uma experiência como a Samsung faz com o modo DeX nos Galaxy Tab. Ou o Chrome OS nos Chromebooks.

iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Magic Keyboard (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Aqui você tem mais poder de fogo que em qualquer Galaxy Tab lançado até 2022, qualquer Chromebook disponível no mesmo ano, mas tem limitações maiores justamente no software. Com o iPadOS 16 isso deve mudar, mas farei um vídeo separado só dele, quando for lançado.

Agora o que pode ser feito no iPad Air com chip M1 de forma mais veloz? Edição de vídeo. Assim como no MacBook Air com o mesmo M1 e sem a limitação do software, pois o macOS é mais neste momento versátil.

iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Bateria

Pulando para bateria, saiba que a autonomia desse modelo é tão boa quanto outros iPads. O chip utilizado pela Apple, apesar de ser um pequeno monstro de desempenho, sabe muito bem que na maior parte do tempo não precisa mostrar tanta força assim.

Com isso ele consome menos e faz a bateria durar mais. Quão mais? Olha, testei o iPad Air de 2022 por algumas semanas e sempre colocava o tablet no carregador a cada três dias. Algumas vezes antes disso, em outras depois disso. Dá para trabalhar com ele, produzindo textos, por mais de um dia sem se preocupar com a bateria.

iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Na tomada, que ainda vem na caixa do iPad – por enquanto – o carregador entrega 20 watts e leva mais de duas horas para recuperar a bateria. Definitivamente não é rápido, é aquele tipo de adaptador feito para ficar plugado enquanto usa, ou enquanto você dorme e não conta o tempo passando.

Câmeras

Fechando o review, câmeras. Sim, o iPad Air de 2022 tem um sensor de 12 megapixels na traseira que faz muito bem seu trabalho: que é digitalizar documentos. Uma surpresa é que este componente também é competente para fotos como em um smartphone. O iPhone sempre será melhor, mas este iPad não faz feio.

Enfim, a grande evolução está na câmera frontal. Ela também tem 12 megapixels e usa lente ultrawide com 122 graus. Apesar da evolução, ela é boa só para chamadas de vídeo e são nelas que o Center Stage brilha. Ele é veloz na hora de colocar o usuário no centro da tela para quem assiste do outro lado.

iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto tirada com a câmera frontal do iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Eu tentei isso em diversos apps e o Center Stage funcionou bem em todos, seja o FaceTime da Apple, o Google Meet, Zoom, enfim, todos. Parabéns, Apple.

iPad Air (2022): vale a pena?

Sim, mas só quando o iPadOS 16 chegar de verdade. Sinto muita falta de um software mais ”PC” para o iPad, até por conta do hardware ser basicamente o mesmo do MacBook Air com M1, no modelo de entrada. Ambos utilizam chip M1 e 8 GB de RAM, com autonomia de bateria bem longa.

Eu nunca usei um iPad tão veloz e estável como este aqui, mas no modelo de 2020, com o A14 Bionic, sendo a base pro desenvolvimento do M1, a sensação era cerca da mesma. Existem evoluções extras por aqui, como o Center Stage para câmera frontal e a capacidade de conexão com redes 5G, algo inexistente na geração anterior.

iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
iPad Air (2022) (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Por fora, o iPad Air de 2022 com M1 continua o mesmo do modelo anterior e isso não é ruim. Eu gosto muito desse visual. Então, se eu falo que ele tem poder de fogo demais para muita gente, para quem é esse iPad Air? Eu vejo como para alguém que quer o iPad Pro, mas não tem dinheiro suficiente para levar para casa.

O iPad Air de 2022 com chip M1 tem basicamente o mesmo desempenho do Pro, mas com tela com atualização menor, 64 GB no lugar de 128 GB para o modelo base e em tamanho reduzido, mais portátil. Tudo isso custando cerca de 35% menos. Vale a pena levar o Air no lugar do Pro, se você não faz tanta questão de 120 Hz na tela e não usará o sensor LiDAR da traseira.

Enfim, eu sei que nem todo mundo que compra um iPad quer abrir o macOS e trabalhar com ele, mas eu ainda acho que a Apple deveria seguir os passos da Samsung que coloca o DeX para quem quiser. Quem não quiser, é só não ativar. Pronto.

Nossa avaliação
Nota Final
9.0
  • Tela
    9.0
  • Bateria
    8.0
  • Desempenho
    10.0
  • Design
    9.0
  • Sistema/Interface
    8.0
  • Câmeras
    9.0
  • Conectividade
    10.0
  • Som
    9.0