Em uma atividade extraveicular (EVA) na Estação Espacial Internacional (ISS), ocorrida em 23 de março, o astronauta da Agência Espacial Europeia (ESA) Matthias Maurer foi surpreendido por um acúmulo de água dentro de seu capacete. Para investigar as causas do incidente, a NASA anunciou que todas as caminhadas espaciais que não fossem urgentes estavam temporariamente suspensas.

O astronauta Matthias Maurer, da Agência Espacial Europeia (ESA), visto da câmera do capacete do astronauta da NASA Raja Chari, em uma caminhada espacial feita em 23 de março de 2022. Nesse dia, um vazamento de água foi percebido em seu capacete. Imagem: NASA TV

Após um hiato de sete meses, a agência concluiu uma revisão do episódio, descobrindo que não foi um vazamento causado por problemas de hardware. Na verdade, a água foi condensada em consequência dos altos níveis de esforço de Maurer e o ajuste de resfriamento no traje espacial da Unidade de Mobilidade Extraveicular (UEM) do astronauta, segundo um comunicado emitido na terça-feira (18). Os uniformes da UEM são as roupas e acessórios usados durante as funções executadas do lado de fora da ISS.

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Como se sabe, a condensação ocorre quando o vapor ou gás atinge uma temperatura inferior ao do seu ponto de ebulição. No caso do vapor de água, por exemplo, a condensação começa quando a temperatura está abaixo dos 100 graus Celsius. Assim, o estado gasoso da água vai se transformando em gotículas líquidas.

Com essas informações em mãos, a agência aprovou a retomada das caminhadas espaciais de rotina, com a próxima marcada para acontecer em meados de novembro. “A segurança da tripulação é nossa prioridade máxima e de nossos parceiros internacionais”, disse Kathy Lueders, administradora associada de operações espaciais da NASA. “Estou orgulhosa do trabalho da estação espacial e das equipes terrestres para manter nossos tripulantes seguros, por levar o tempo necessário para encerrar a investigação e para encontrar continuamente maneiras de mitigar riscos em voos espaciais humanos”.

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Segundo Lueders, a investigação, em si, não foi tão demorada. O que levou um pouco mais de tempo foi trazer o equipamento de Maurer de volta à Terra para análise. Uma parte do traje chegou junto com a missão Crew-3, da SpaceX, em 6 de maio. O restante, só foi trazido de volta em 20 de agosto, no retorno da cápsula Dragon responsável pela missão de carga CRS-25, também conduzida pela empresa de Elon Musk.

Após um estudo detalhado fornecer o diagnóstico, a equipe de técnicos e engenheiros da NASA pôde fazer as correções adequadas. “Com base nas descobertas, a equipe atualizou os procedimentos operacionais e desenvolveu novos hardwares de mitigação para minimizar cenários em que o desempenho integrado resulta no acúmulo de água”, explicou a agência em nota. “Essas medidas ajudarão a conter qualquer líquido no capacete para continuar a manter a tripulação segura”.

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Na ocasião do incidente, Maurer trabalhava em parceria com o astronauta Raja Chari para preparar o laboratório orbital para a instalação de novas matrizes solares ISS Roll-Out Solar Array (iROSA, sigla em inglês para algo do tipo “Matriz Solar de Implantação da ISS”).

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A próxima caminhada espacial vai continuar o trabalho de instalação e configuração dos painéis solares, sendo necessárias outras duas EVAs posteriores para concluir.

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