Supernova é vista explodindo em três momentos diferentes; confira

Imagens do telescópio Hubble mostram uma supernova em momentos diferentes do seu estágio inicial graças à aglomerado de galáxias supermassivo
Por Mateus Dias, editado por Jeniffer Cardoso 15/11/2022 07h30, atualizada em 16/11/2022 14h00
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As imagens capturadas pelo telescópio Hubble mostram uma estrela explodindo em três momentos diferentes. A informação foi publicada no Hubblesite e retrata uma supernova que data de cerca de 11 bilhões de anos atrás. A foto retrata o momento desde quando ele começa até quando ele desaparece, isso graças a uma lente gravitacional presente no caminho da luz entre o telescópio e a explosão.

A ideia de lente gravitacional foi prevista pela primeira vez com a teoria da relatividade geral de Albert Einstein. De forma resumida, ela descreve que massa pode curvar o espaço-tempo e que a luz acompanha essa curvatura. O que o Hubble capturou foi uma supernova muito distante de nós, que teve sua luz dobrada e amplificada por um massivo conglomerado de galáxias na sua frente.

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A deformação causada pela supernova também contribui para que várias imagens da explosão chegassem em momentos diferentes aqui na Terra. Isso aconteceu, porque as imagens ampliadas pegaram caminhos diferentes e também devido a atuação da gravidade na desaceleração do tempo. 

O evento capturado não durou mais que uma semana, e as imagens mostram até mesmo a ligeira mudança de cores da explosão. A primeira fase era mais azulada e foi ficando mais vermelha até acabar. A descoberta pode ajudar a descobrir como se deu a formação das estrelas e galáxias no início do universo, além disso elas são impressionantes por mostrar uma supernova bem no começo, que geralmente acontece bem rápido.

As três fases capturas da supernova. [Imagem: Reprodução CIÊNCIA: NASA, ESA, STScI, Wenlei Chen (UMN), Patrick Kelly (UMN), Hubble Frontier Fields]

 “É muito raro que uma supernova possa ser detectada em um estágio muito inicial, porque esse estágio é muito curto. Ele dura apenas algumas horas a alguns dias e pode ser facilmente perdido, mesmo para uma detecção próxima. Na mesma exposição, podemos ver uma sequência de imagens, como as múltiplas faces de uma supernova” comenta Wenlei Chen , da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Minnesota e principal autor do estudo, sobre a revelação

A descoberta da supernova

A descoberta dessa supernova se deu graças a um grupo de pesquisadores que estavam vasculhando os arquivos do Hubble em busca de eventos transitórios. Foram escritos algoritmos para achar outros eventos parecidos com esse, mas só essa supernova foi detectada em diferentes estágios. O objetivo do grupo é continuar procurando supernovas muito mais distantes que essa.Agora eles vão contar com ajuda do telescópio James Webb para descobrir se existe diferença entre as estrelas de hoje são diferentes das que existiram a bilhões de anos.

O estudo também calculou pela primeira vez o tamanho de uma estrela já morta. Os cálculos foram feitos baseados no brilho e taxa de resfriamento da supernova, ambos fatores que dependem do tamanho que a estrela progenitora era. Estima-se que ela era vermelha e super gigante, com 500 vezes o tamanho do sol
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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Jeniffer Cardoso
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Jeniffer Cardoso é formada em jornalismo pela Universidade Metodista de SP e trabalha na área desde 2004. Chegou ao Olhar Digital em 2021, para atuar na distribuição de conteúdo nas redes sociais.