Acredito que a tecnologia deve ser usada dentro de um viés positivo e de bom senso, diferente do que muita gente pensa por aí. O perigo tecnológico surge quando mentes inteligentes buscam por cada vez mais “emoção”, o que pode ser fatal.

Um exemplo disso é o fone de ouvido de realidade virtual chamado “OQPNVG”, criado por Palmer Luckey, fundador da Oculus. O acessório pode matar o usuário que perder no jogo de videogame. O ataque ocorre por meio de três cargas explosivas que são apontadas diretamente para o cérebro do jogador. Em caso de game over, elas são acionadas e literalmente matam o usuário.

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Luckey disse que o objetivo de tudo isso é forçar as pessoas a repensarem fundamentalmente como elas interagem com o mundo virtual. Em uma postagem intitulada “Se você morrer no jogo, você morre na vida real”, ele explicou seu fascínio por amarrar a vida real à virtual. “Gráficos aprimorados podem fazer um jogo ser cada vez mais realista, mas apenas a ameaça de consequências sérias pode fazer o usuário sentir o impacto de um jogo de realidade virtual”, explicou.

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A inspiração para criar esse acessório mortal veio da série de televisão de anime Sword Art Online. O aparelho de VR fictício chamado ‘NerveGear’ recria a realidade por meio de uma interface neural direta que mata o jogador. Módulos de carga explosiva estão amarrados a um fotosensor. Ele detecta quando uma tela de fim de jogo é exibida e dispara as cargas.

Luckey compartilhou planos para criar um mecanismo anti-adulteração para que o usuário não possa tirar o fone de ouvido antes de concluir o game. No entanto, existem possíveis falhas que podem matar na hora errada, e por isso, o próprio desenvolvedor não fez o teste. O criador afirma que o dispositivo é atualmente uma “obra de arte de escritório”.

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Inspiração Black Mirror

Para quem é fã da série Black Mirror, disponível na Netflix, talvez tenha visto o episódio Playtest – segundo da terceira temporada -, em que o personagem Cooper participa de testes para um jogo de terror. O game analisa os principais medos do personagem e o coloca dentro de uma mansão para enfrentá-los de forma virtual, mas que parecem absurdamente real. Cooper tenta parar com a simulação mas passa por resultados irreversíveis até que o jogo o mata.

Como um entusiasta da tecnologia, acho esse novo dispositivo sádico, irresponsável e estúpido. Desenvolver esse tipo de acessório colocaria em risco milhares de pessoas que teriam a imaturidade e a “coragem” de usar algo assim. Por mais que seja fictício, desenvolver qualquer coisa com intuito letal é inaceitável. Espero que ninguém jamais faça o teste arriscando, assim, a própria vida, e que Luckey reveja seus conceitos de como a tecnologia pode beneficiar mais as pessoas, e não matá-las.

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