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Quem convive com cachorros sabe que cada um tem um jeitinho único. Por exemplo, um caçador do grupo terrier é diferente de um cão de pastoreio. Ainda assim, até hoje não se sabia exatamente porque cada raça tinha um comportamento particular.
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Por isso, pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde investigaram quais genes dos cães estavam associados a determinadas ações e conseguiram descobrir o que faz um cachorro guiar um rebanho, por exemplo.
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O trabalho, publicado em dezembro no periódico Cell, ajuda a clarificar a relação de companheirismo entre seres humanos e cães, iniciada há pelo menos 12 mil anos. Ao longo desse tempo, aprendemos a usar a habilidade desses animais para caçar, guardar a casa e pastorear.
“O maior e mais bem-sucedido experimento genético que os humanos já fizeram foi a criação de 350 raças de cães”
Elaine Ostrander, autora sênior do estudo e fundadora do Projeto Genoma Canino no Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano
Como o estudo foi feito?
Historicamente, tem sido desafiador a identificação dos genes por trás do comportamento canino. Isso porque existem determinadas características estéticas e morfológicas que podem estar simultaneamente associadas a características comportamentais.
Portanto, o primeiro passo dos pesquisadores foi reunir dados de todo o genoma de mais de 4 mil cães de raça pura, mestiça, semisselvagem e selvagem. Depois, aplicando ferramentas computacionais, eles identificaram 10 principais linhagens genéticas.
Cada uma dessas linhagens correspondia a uma categoria de comportamento específica. Ou seja, centenas de raças compartilhavam um conjunto de genes que tornavam elas adequadas para tarefas semelhantes – como, caçar pelo cheiro vs. visão; guiar o rebanho vs. proteger o gado etc.
Com essas informações, então, os pesquisadores se voltaram para os donos de cães de raça pura. Após enviar avaliações comportamentais, os cientistas analisaram 46 mil respostas e identificaram conjunto de tendência entre as 10 linhagens de cães. Por exemplo, a linhagem terrier foi associada ao impulso de caça.

Isto é, os pesquisadores não apenas identificaram as tendências comportamentais de cada linhagem canina, como também identificaram os condutores genéticos associados a esses comportamentos.
“Depois de 30 anos tentando entender a genética de por que os cães pastoreiam rebanhos, finalmente começamos a desvendar o mistério”, disse Ostrander.
A genética nos cães pastores
Ao focar em cães pastores, os pesquisadores fizeram duas descobertas importantes. Em linhas gerais, eles observaram uma relação específica entre genes envolvidos na orientação do axônio e o comportamento de hiperfoco nesses cães.
Eles também descobriram um enriquecimento em áreas do cérebro associadas à cognição social e a respostas de medo aprendidas.

“Estávamos particularmente interessados em cães pastores, que exibem um dos comportamentos típicos da raça mais facilmente definidos, caracterizados por um impulso instintivo de pastoreio associado a padrões motores únicos que movem os rebanhos de maneiras complexas”, explicou Emily Dutrow, autora principal do estudo e pós-doutora do Instituto.
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