Cientistas que estudam as amostras de rocha e poeira trazidas da Lua pelo rover Chang’e 5, da China, descobriram sete tipos diferentes de rochas no meio dos regolitos de mais de 2 bilhões de anos. Entre eles, está um tipo nunca antes visto de basalto lunar, da época em que o astro ainda era vulcanicamente ativo.

Imagens de rochas clásticas (detritos geológicos) ígneos exóticos reconhecidos nos regolitos lunares coletados pela missão Chang’e-5 e mapas raio-X de distribuição de elementos. Créditos: Zeng, X., Li, X. & Liu, J. / Nature Astronomy

Esse regolito, de acordo com um estudo publicado este mês na revista Nature Astronomy, é o mais jovem a ser trazido de volta da Lua até agora, o que fornece aos especialistas a visão de um período diferente das outras amostras.

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Conforme destaca o site Science Alert, os sete tipos de rocha são considerados “exóticos”, pois se acredita que eles migraram de outro local até o lugar de onde foram coletados pelo rover. “Em uma unidade geológica tão jovem, uma ampla gama de componentes da crosta de várias fontes seria transportada para o local de pouso da Chang’e 5 pelos últimos processos de superfície em andamento na Lua”, escreveram os pesquisadores no artigo.

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Os cientistas estavam em busca de rochas ígneas, oriundas de atividade vulcânica passada. Esse tipo de material pode contar a história geológica da Lua, assim como acontece na Terra. Foram peneiradas cerca de três mil partículas com menos de dois milímetros cada.

Amostras podem ajudar a entender desenvolvimento da Lua

Segundo os autores do estudo, essas partículas de rocha podem ser originárias de locais com mais de 400 quilômetros de distância de onde foram capturadas. Elas podem até ter surgido de erupções vulcânicas que, por enquanto, ainda são desconhecidas. Até o momento, cerca de 0,2% do material encontrado foi classificado como exótico, ainda que se esperassem uma média de 10 a 20%.

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O rover Chang’e 5 coletou suas amostras na região de Mons Rümker, uma formação vulcânica isolada que está localizada na parte noroeste do lado visível da Lua. Tanto as amostras que foram coletadas por essa missão quanto aquelas capturadas por missões anteriores, bem como exemplares futuros, podem se tornar muito úteis para aprender mais sobre como a superfície lunar evoluiu.

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