No início da noite deste domingo (1), primeiro dia do ano de 2023, os observadores do céu noturno têm uma ótima razão para contemplar a imensidão do firmamento. Isso porque, começando sua “turnê mensal” de janeiro pelos planetas, a Lua vai passar por Urano.

Depois de “visitar” Júpiter, nosso satélite natural vai compartilhar a mesma ascensão reta com o penúltimo planeta do Sistema Solar, aparecendo muito próximo a ele no céu, em um fenômeno conhecido como conjunção astronômica. 

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Configuração dos planetas no Sistema Solar no momento da aproximação máxima aparente entre a Lua e Urano neste domingo (1º). Imagem: Solar System Scope

No momento de aproximação máxima, eles estarão a apenas 39,3 minutos de arco um do outro (o equivalente a pouco mais de meio grau) – o que não é perto o bastante para eles caberem dentro do campo de visão de um telescópio, mas o suficiente para serem visíveis a olho nu ou com um par de binóculos.

No Brasil, a dupla estará acessível por volta das 19h11 (horário de Brasília), quando atingir uma altitude de 47° acima do horizonte norte. Eles então alcançarão seu ponto mais alto no céu às 20h11, a 50° acima do horizonte norte, continuando a ser observáveis até pouco depois da 1h da manhã de segunda-feira (2).

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De acordo com o site In-The-Sky.org, a Lua estará com magnitude de -12.4, e Urano com uma taxa de 5.7, ambos na constelação de Áries. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

Ocultação lunar de Urano

Observadores baseados em determinadas partes do mundo também terão a oportunidade de testemunhar outro fenômeno envolvendo os dois astros. A Lua passará na frente de Urano, criando uma ocultação lunar visível na área em destaque no mapa abaixo.

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Mapa mostra as regiões do planeta de onde será possível observar a ocultação lunar de Urano. Imagem: In-The-Sky.org

Ocultações lunares só são visíveis de uma pequena fração da superfície da Terra. Como a Lua está muito mais perto do nosso planeta do que outros objetos celestes, sua posição no céu difere dependendo da localização exata do observador na Terra devido à sua grande paralaxe (diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento). 

A posição da Lua vista de dois pontos em lados opostos da Terra pode variar em até dois graus, ou quatro vezes o diâmetro da lua cheia.

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Isso significa que se a Lua estiver alinhada para passar na frente de um objeto específico para um observador posicionado em um lado da Terra, ela aparecerá até dois graus de distância desse objeto do outro lado do globo.

No mapa, contornos distintos mostram onde o desaparecimento de Urano é visível (em vermelho) e onde será possível testemunhar seu reaparecimento (em azul). Os riscos sólidos exibem onde cada evento provavelmente será visível através de binóculos a uma altitude razoável no céu. Os contornos pontilhados, por sua vez, indicam onde cada evento ocorre acima do horizonte, mas pode não ser visível devido ao céu estar muito claro ou a Lua muito perto do horizonte.

Fora dos contornos (que é o caso do Brasil), a Lua não passa na frente de Urano em nenhum momento, ou está abaixo do horizonte no momento da ocultação.

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Os próximos planetas a receber a visita da Lua este mês serão Marte (3), Mercúrio (20), Saturno (23), Júpiter (25) e, novamente, Urano (29) e Marte (31). Essa série de conjunções ocorre em razão de o nosso satélite natural orbitar a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.

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