Representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) reuniram-se nesta semana com representantes do governo chinês para discutir a explosão de casos de covid-19 no país. Em comunicado, a OMS informou que nenhuma nova variante ou mutação de significado foi observada nos dados de sequenciamento genético disponibilizados pelos especialistas chineses
 
Segundo informações da Agência Brasil, o Grupo Consultivo Técnico sobre Evolução de Vírus da OMS se reúne regularmente para revisar evidências científicas recentes sobre variantes da covid-19 e aconselha a organização sobre a necessidade de mudança nas estratégias de saúde pública. 

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“A manutenção de altos níveis de vigilância genômica representativa em toda a China, e globalmente, o anúncio de sequências genômicas com metadados clínicos e epidemiológicos relevantes e o rápido compartilhamento desses dados são os pilares de uma avaliação de risco global oportuna”, destacou a OMS. 

Ainda conforme comunicado do órgão, há uma predominância das linhagens Ômicron BA.5.2 e BF.7 entre as infecções adquiridas localmente — as duas cepas representaram 97,5% de todas as infecções locais, de acordo com o sequenciamento genômico. 

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covid china
Imagem: shutterstock

Outras sublinhagens também foram detectadas, porém, com baixa porcentagem — as sublinhagens detectadas já são conhecidas de outros países. Nenhuma nova variante ou mutação de significado conhecido foi observada nos dados de sequência disponíveis publicamente. 

China, covid e manifestações

A China enfrenta um novo surto de casos de covid-19 há alguns meses — em agosto de 2022, a região de Shenzhen, no sul da China, fechou o mercado de eletrônicos, considerado o maior do mundo, na tentativa de conter o avanço do vírus. Em outubro, autoridades de saúde de Pequim decidiram reforçar algumas restrições e, além da testagem em massa, aumentaram as quarentenas e confinamentos em complexos residenciais. O serviço em 24 estações de metrô nos distritos centrais de Futian e Luohu também foi suspenso na época.   

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Em novembro, a China registrou a primeira morte por covid-19 em quase seis meses. O país não anunciava mortes desde 26 de maio de 2022, quando enfrentaram o maior surto de coronavírus no território; a onda de casos em Xangai, um dos portos de carga mais importantes para o comércio internacional. 

Embora o método restritivo já seja conhecido pela população do país, uma onda de críticas às medidas adotadas a partir da política ‘covid zero’ explodiu, levando a uma semana histórica de protestos — o que levou o governo chinês a afrouxar as restrições. Vale pontuar que as medidas aplicadas no país bloqueavam comunidades inteiras e começou a afetar a economia, a indústria de eletrônicos (veja aqui) e até de alimentos, sem mencionar o comércio.

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Protestos na China se agravam na cidade do iPhone
Protestos na China se agravam na cidade do iPhone. Imagem: Reprodução

Subnotificação de casos 

Contudo, de acordo com informações da BBC, a revogação da maioria das restrições à circulação de pessoas levou a um aumento do número de casos (que já estava alto) e sobrecarga nos hospitais. O tema sofreu um boom nas redes sociais, com diversas pessoas e até especialistas em saúde do país divulgando que o número de mortes eram bem maiores do que o publicado — a China chegou a paralisar a publicação dos dados diários de mortes pelo vírus. 

Para a OMS, o governo chinês está “subnotificando o verdadeiro impacto da doença em termos de internações hospitalares, em termos de internações em UTI e, particularmente, em termos de mortes”. 

Com o aumento de casos e mortes, e a confirmação de que não há uma nova variante circulando no país, a organização acredita que isso pode ter acontecido devido a uma diminuição nos testes. A OMS está trabalhando em conjunto com a China para diminuir o impacto da doença e dar suporte a população. Michael Ryan, diretor de emergências da OMS, disse que também aguarda “dados mais abrangentes” sobre a situação. 

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