Prós
  • Tela bela e finíssima
  • Som envolvente e forte
  • HDMI 2.1 para todas as conexões
  • Dolby Vision e Atmos
Contras
  • Controle apresentou problemas com pouco tempo
  • webOS é completo, mas confuso

A LG C1 é uma TV com painel OLED e que veio para o mercado em 2021 com objetivo de substituir a geração anterior de televisor com diodos orgânicos da marca, voltado para o público quase premium. Ela promete ser ótima escolha para quem quer assistir um filme, indo até mesmo para quem prefere jogar e isso vale tanto para o PC, quanto para consoles da atual geração – ou anteriores.

Nós sempre recebemos televisores para testar durante 15 ou 20 dias, mas neste caso foi possível permanecer com a C1 por um ano inteiro. Eu liguei a TV pela primeira vez em meados de dezembro de 2021 e finalizei o teste no fim de 2022, para então tomar nota de toda minha experiência sobre o uso com pouco mais de 365 dias.

publicidade

Leia também

Neste tempo todo ela foi minha TV, meu único televisor e nele eu utilizei um PlayStation 5, um Nintendo Switch, Apple TV 4K e um Chromecast com Google TV 4K, além dos próprios aplicativos do webOS que vêm embarcados. Um dos jogos mais rodados foi Genshin Impact no PS5, que tem o UID do jogador exibido em todo momento e no mesmo local.

publicidade

Será que deu burn-in? Será que OLED já tem tecnologia suficiente para não entregar este problema muito comum da tecnologia? Eu te conto isso e muito mais nos próximos parágrafos.

Tela finíssima e controle exagerado

Começando por fora, a LG C1 não tenta reinventar a roda e este cenário é basicamente o mesmo até nos modelos apresentados durante a CES de 2023. Se você conhece uma OLED da marca como a B9 de 2019, saiba que tudo está mais ou menos no mesmo lugar por aqui e segue assim até em televisores mais recentes.

publicidade
LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
LG C1 OLED TV é extremamente fina (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

O primeiro ponto que chama atenção e que faz qualquer pessoa ficar de boca aberta, é a espessura da tela. Por aqui é basicamente um vidro bastante grande, com suas 65 polegadas, junto de um display OLED colado logo atrás e uma proteção para você não destruir o painel quando encostar nele. Tudo isso dá cerca de 2 centímetros e faz seu menor dedo ser muito mais grosso do que ela.

Grande parte do que permite a TV C1 da LG ser tão fina é a ausência de backlight para iluminar os pixels. Cada um conta com sua própria luz, então não é necessário ter uma grande lâmpada ou algumas delas espalhadas atrás do painel.

publicidade

Ok, este ponto só vale para uma parte da TV, pois onde ficam as placas, conexões e controladores, a situação é outra e por aqui você precisa de espaço para os componentes. Mas, mesmo assim, a espessura tão pequena chama muita atenção.

Base serve como direcionador do áudio (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Base serve como direcionador do áudio (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Eu usei a TV em um pedestal próprio para apoiar no móvel da sala e não em uma parede. Para este uso a C1 oferece um apoio que é feito de plástico na parte traseira, onde ajuda a organizar os fios, mas tem aço escovado na frente para ficar mais bonita e também servir como refletor para o áudio que sai das caixas de som.

Em conexões você pode usar quatro entradas HDMI 2.1 para inserir até 4K com 120 Hz, tem três portas USB 2.0, entrada de antena coaxial ou um receptor de TV, além de porta de rede e áudio digital. Praticamente metade dos cabos vão apontados para trás, o que pode e vai atrapalhar quem prefere o televisor em um apoio, pendurado na parede.

Se você quiser economizar fio, pode usar Wi-Fi de 2,4 ou 5 GHz, sendo este segundo o que eu uso por aqui, junto de Bluetooth 5.0 para conectar um fone de ouvido ou mesmo teclado. Eu não cheguei a digitar nada com mais conforto, mas garanto que colocar o áudio saindo apenas para uma pessoa com fones é especialmente positivo de madrugada e eu não senti delay, quando a voz chega depois do movimento do lábio da pessoa em cena.

Ampla opção de conexões físicas, inclusive HDMI 2.1 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Ampla opção de conexões físicas, inclusive HDMI 2.1 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Fechando esta parte, saiba que não existe conexão alguma para aparelhos antigos. Se você tem alguma coisa que ainda utiliza entrada composta ou componente, precisará de adaptadores para plugar na C1. Pra mim não foi problema, tudo estava em alguma HDMI.

Indo para o controle, o Smart Magic ganhou alguns retoques sutis, mas ele continua exagerando na quantidade de botões. Eu sinto este ponto de forma especial nele, que utiliza o movimento do acessório para controlar um ponteiro na tela. Então ele faz as vezes de um mouse, onde um único acionador faz tudo.

LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Controle da TV é um mouse (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Tudo bem, ter mais botões faz o controle agradar um público ainda maior, especialmente para aqueles que assistem TV aberta. Chamar o canal diretamente pelo botão com seu número é mais prático neste momento e diminui a quantidade de toques.

Um detalhe que sempre me agrada é a presença de uma roda como a de um mouse, para rolar conteúdo na vertical. Poderia ter outra na horizontal, mas a atual já ajuda bastante a não “gastar” os botões com pressionadas para cima e para baixo.

LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Muitos, muitos botões! (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Se por um lado ter muitas teclas pode parecer exagero, e é, por outro o controle entrega atalhos para Disney+, Globoplay, Netflix e Amazon Prime Video, além de acionadores para Google Assistente e a Alexa. Sim, a LG C1 OLED tem os dois assistentes pessoais embarcados, você usa o que preferir – ou ambos.

Basta um toque no botão correspondente e espere a luz do controle ficar vermelha, então fale o que quiser. Outro ponto mais tecnológico do controle é o NFC presente nele, que agiliza o pareamento de produtos com a TV.

Passando a parte de elogios, eu preciso falar uma coisa: o Smart Magic começou a apresentar dificuldade no acionamento dos botões com pouquíssimo tempo de uso. Foram quase quatro meses para que começasse a ser obrigado a fazer muito mais força nos botões liga/desliga, volume para cima e seta para a direita.

Em nenhum outro televisor, mesmo passando mais de cinco anos com um, eu tive um problema parecido. A sensação é de falha de fabricação ou de defeito escondido.

Imagem e som

A tela da C1 é OLED e com resolução nativa de 3.840 x 2.160 pixels, ou chamado de 4K e até de UHD. Junte isso com a taxa de atualização marcada nos 120 Hz e o tempo de resposta em 1 ms. Tudo isso é controlado pelo processador Alpha 9 de quarta geração.

Traduzindo para um uso pessoal: a imagem é impressionante, mas o brilho realmente não está no topo onde você encontra as cores, por exemplo. Este é um ponto muito importante e quase que surge como consequência do painel com pixels que contam com sua própria luz. Eu utilizei a TV o tempo todo ao lado de uma janela sem cortina, que recebe luz solar direta em pouco mais de duas horas do dia, continuando muito iluminada até a noite – graças ao chão quase branco e paredes bem claras.

O brilho foi suficientemente forte para lidar com tanta luz, mas eu ainda consigo ver meu reflexo no display em alguns momentos. Por um lado é bom a iluminação da C1 não ficar tão alta para proteger os próprios diodos e entregar longevidade maior, mas por outro saiba que se você não tem como escurecer o ambiente e tem luz solar direta, poderá ter dificuldades durante alguma coisa no dia – como uma partida de futebol, que tende a acontecer de tarde.

LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Passando por estes pontos, o OLED da LG C1 é o que você espera por excelência em imagem: cores são vivas, uniformidade de preto é o que você espera da TV desligada e não existe nenhuma faixa de cor sendo formada na imagem – chamada de color bending. Seja ela a partir da antena coletiva do seu prédio, de um conversor ou até de um PC com placa de vídeo moderna e potente.

Este tipo de aberração cromática inexistente por aqui persiste até para quem não está no centro da imagem. Se você vem de lado, consegue curtir todas as cores. Existem padrões de imagem que podem ser alterados, aumentando a saturação ou diminuindo este ponto junto de outros. Eu mantive no padrão por todo período, mesmo testando outros. Até em filmes, preferi o mediano no lugar do ajuste chamado Filmes.

Para quem joga, ainda existe uma configuração extra para baixar a latência, ativar a variação de atualização (VRR) e otimizar o conteúdo para os 120 Hz. Até o input lag é reduzido neste momento. O ajuste é tão gamer, que ele muda de cor da interface para um roxo, com letras maiores.

LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Indo além, é possível estabilizar branco e preto, o G-Sync e FreeSync para o PC, junto de um chamado espaço dedicado para remover qualquer ghosting. Funciona? Sim, mas eu acho que não é necessário mudar completamente a interface de usuário só para dizer que a partir de certo momento o ajuste é para o gamer.

Se por um lado existe perfumaria exagerada na parte gamer, o que até condiz com seu público, eu percebi que colocar um game rodando em 120 Hz na porta HDMI, com um PlayStation 5 do outro lado, foi um deleite. O input lag foi baixíssimo e até hoje está em um dos menores que já testei, chegando em cerca de 5 ms e isso vale para Full HD, 2K ou 4K.

Agora, olhando para a qualidade de reprodução sonora, eu não encontrei um mar de rosas, mas também não desanima. Por aqui existe suporte para Dolby Atmos e as caixas de som da própria C1 estão no formato 2.2 canais. Ao todo são 40 watts de potência que entregam sim um grave presente para ambiente não muito largo, enquanto preenche com satisfação o local.

Mesmo com os alto-falantes mais para as bordas, eu ainda sinto a voz de um personagem saindo por o que poderia ser o meio da tela. A base, na parte da frente, ajuda neste processo ao canalizar o som para frente, mesmo saindo para baixo – ele “escorrega” e vai para você.

Por dentro existe uma opção para ativar inteligência artificial para melhorar a reprodução. Eu testei este recurso algumas vezes e não senti diferenças muito grandes.

Quando eu disse que o som da C1 não é espetacular, é que este é um cenário de toda TV. Um soundbar ou sistema de som dedicado sempre será melhor, mas eu não usei nada do tipo até o momento e não senti falta.

WebOS evoluiu, mas ficou confuso

Dentro do software que controla tudo na C1, temos o webOS em sua versão mais atual. A alteração aconteceu recentemente e nela a interface de apps e conteúdos aparece em tela cheia, não mais na parte inferior do que passa, seja a transmissão via HDMI, ou pela antena mesmo.

Eu acho confuso, poluído e trabalhoso para encontrar algo. Quer um exemplo de confusão? Toda interface de apps aparece em tela cheia e cobrindo tudo que estava em exibição, mas os ajustes das configurações continuam com fundo transparente. E essa situação perdurou por todo o teste, por todo este ano.

LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Outro problema é crônico da LG, que é a incapacidade de salvar senha de Wi-Fi. Se você tem mais de uma rede em casa, saiba que ao entrar em uma e depois na outra, você precisará inserir a senha da primeira mais uma vez. Se resolver alterar novamente, coloque a credencial novamente da segunda.

Enfim, voltando para o webOS, ele tem todos os apps que você pode precisar em algum momento da sua vida. Isso inclui os serviços de streaming que estão nos botões do controle remoto (Disney+, Globoplay, Amazon Prime Video e Netflix), junto de outros como HBO Max, YouTube, Twitch, Deezer, Spotify e Apple TV. Neste último você também pode usar a conexão AirPlay 2 para espelhar conteúdo de um iPhone, Mac ou iPad.

Eu senti falta de um Chromecast embutido, já que você pode acessar o Google Assistente a qualquer momento. Por outro lado, se você acompanha esporte e não pode assistir o jogo em algum momento, é possível dizer para a TV qual é seu time do coração, que um pop-up aparecerá sempre que o placar do jogo for alterado – em tempo real.

LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Por fim, o webOS reconheceu quase tudo que eu coloquei em uma porta HDMI. O PlayStation 5 aparece com seu nome sempre que é ligado, o mesmo vale para o Nintendo Switch e para a Apple TV 4K. Só o Chromecast com Google TV 4K que não foi identificado automaticamente.

E o burn-in, chegou?

O principal motivo para ter um teste tão longo em uma TV OLED é o burn-in. Ele é um problema da própria tecnologia, onde partes da tela podem ficar “queimadas” e sendo exibidas eternamente. É mais ou menos o que acontecia com televisores de plasma, lembra?

A LG sabe deste problema e inclui algumas tecnologias para tentar lidar com o burn-in, como a movimentação imperceptível da imagem. Com isso o logo do canal da TV deve não queimar a área onde sempre aparece. Outra é uma proteção de tela que desliga todo o painel após algum tempo sem uso, exibindo somente um relógio que muda de posição constantemente.

LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Eu ativei ele logo de cara e depois de um ano usando a C1 OLED da LG, eu posso garantir: não encontrei nenhuma parte com burn-in. O mais impressionante é que eu não fiz a varredura manual de pixels que o próprio webOS oferece, deixando o trabalho para o sistema lutar sozinho – a cada 2 mil horas de uso ele faz isso, sem sua ação.

Se você tem algum receio de uma TV OLED, saiba que depois de um ano, a C1 continua praticamente a mesma que tirei da caixa. Ao menos em qualidade de imagem, já que o controle me obriga a pressionar muito algumas teclas.

LG C1 OLED TV 4K: vale a pena?

Sim, muito. Ela não é das mais baratas, mas vai te proporcionar uma das melhores experiências em filmes, jogos, ou até como um monitor gigantesco para o PC. A reprodução de cores é excelente, o contraste beira o infinito e a quantidade de conexões físicas é satisfatória para quase todo mundo.

Minha maior preocupação estava justamente no burn-in e depois de um ano eu não vi nada aparecer. Isso inclui logo de canal de TV e até mesmo aquele insistente UID do Genshin Impact. Nada está marcado, queimado.

LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
LG C1 OLED TV (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Mesmo com menos potência sonora que a G1, a C1 entrega 40 watts que preencheram muito bem minha sala e deram bons graves, sem distorções e isso vale até mesmo para volumes elevados. Eu ainda acho o webOS mais recente confuso e a inconsistência no visual de partes dele vão na contramão da simplicidade do uso, gerando uma curva de aprendizado maior.

Se você quer a melhor experiência para jogos em uma TV grande, saiba que a C1 é uma escolha muito bem acertada. Ela ainda pode ser encontrada por valores muito mais modestos do que os de lançamento, chegando em quase a metade do custo. Se você puder colocar mais de R$ 5 mil em um televisor que vai durar muito tempo, vá na fé. Eu recomendo.

Nossa avaliação
Nota Final
9.3
  • Resolução
    10.0
  • Taxa de atualização
    9.0
  • Brilho
    8.0
  • Contraste
    10.0
  • HDR
    9.0
  • Design
    10.0
  • Sistema
    8.0
  • Conectividade
    10.0

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!