Conforme o Olhar Digital havia antecipado, o asteroide 2023 BU, de cerca de 5,5 metros de diâmetro, passou muito perto da Terra na noite desta quinta-feira (26), a apenas 3,6 mil km da superfície – o que, em termos astronômicos, não é quase nada. 

Representação artística da passagem de um asteroide sobre o Brasil. Imagem: HelloMockups/Nazarii_Neshcherenskyi – Shutterstock – Edição: Olhar Digital

Pouco antes de atingir o perigeu (ponto mais próximo do nosso planeta), em cima do Pacífico Sul, a rocha espacial fez um voo rasante sobre o Brasil, cobrindo sete estados: Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

publicidade

A extrema velocidade com que o asteroide passou pelo Brasil (a cerca de 30 mil km/h) fez com que a distância entre Recife e Foz do Iguaçu, que é de 2.880 km, fosse percorrida em menos de seis minutos.

O registro abaixo foi feito a partir do município de Munhoz, MG, às 20h21 (pelo horário de Brasília). De acordo com o astrônomo amador André Brossel, responsável pela imagem (composta por 50 frames), foi utilizado um telescópio refrator de 106mm e uma câmera dedicada para astrofotografia.

publicidade
Passagem do asteroide 2023 BU sobre o Brasil registrada por André Brossel, de Munhoz (MG). Crédito: André Brossel

“No momento da captura, o asteroide estava com velocidade 1450”/min, ou seja, 0.4 graus/minuto. Praticamente, se movendo uma lua cheia por minuto no céu”, disse Brossel, revelando que o corpo atingiu a magnitude 11,2. 

A magnitude é uma medida de grandeza luminosa utilizada pelos astrônomos. De acordo com Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

publicidade

“Para se ter uma ideia, o objeto menos brilhante capaz de ser observado a olho nu tem magnitude 6. O brilho com que o 2023 BU foi observado, é cerca de 120 vezes menos luminoso que isso”, explica Zurita.

Leia mais:

publicidade

Saiba tudo sobre a passagem do asteroide 2023 BU no Olhar Espacial

De acordo com um comunicado emitido pela NASA antes do evento, o corpo celeste – descoberto no último sábado (21) pelo fabricante de telescópios e astrônomo amador russo Gennady Borisov – teria sua rota drasticamente alterada pela força gravitacional da Terra. 

Até então, o asteroide levava 359 dias para completar uma volta ao redor do Sol. Após seu encontro com o nosso planeta, segundo a agência, sua órbita se tornaria mais alongada, movendo-o para mais ou menos o meio do caminho entre as órbitas da Terra e de Marte em seu ponto mais distante do Sol. Com isso, ele passaria a circundar a nossa estrela a cada 425 dias.

Isso, de fato, aconteceu? Qual foi a taxa de deslocamento? E qual foi o ponto exato na Terra sobre o qual o asteroide passou mais perto? O que aconteceria se, por acaso, ele entrasse na atmosfera e colidisse com o planeta?

Para saber tudo isso e muito mais, não perca o programa Olhar Espacial desta sexta-feira (27), que vai contar com a participação do astrônomo amador Cristóvão Jacques, sócio fundador do Observatório SONEAR, na cidade de Oliveira (MG), e dono do canal AstroNEOS, no YouTube, que fez uma transmissão ao vivo da passagem do asteroide 2023 BU pela Terra.

O engenheiro e físico também é associado ao Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais (CEAMIG), à Rede de Astronomia Observacional (REA) e à Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON).

Com apresentação de Marcelo Zurita, o programa é transmitido ao vivo, todas às sextas-feiras, às 21h (horário de Brasília), pelos canais oficiais do veículo no YouTube, Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn e TikTok, além do canal por assinatura Markket (611-Vivo, 56 -Sky e 692-ClaroTV).

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!