Conforme noticiado pelo Olhar Digital, um grave vazamento foi identificado no sistema de refrigeração da cápsula Soyuz MS-22, da Rússia, há cerca de dois meses. Essa espaçonave foi responsável por levar até a Estação Espacial Internacional (ISS) um grupo de três astronautas, sendo dois russos e um norte-americano, que ainda permanecem no laboratório orbital aguardando resgate.

Configuração atual da ISS. Créditos: NASA via SpaceRef

Segundo o site Space.com, um incidente semelhante acaba de acontecer em outra nave russa atracada na estação. Desta vez, de acordo com a agência espacial Roscosmos, o problema foi no cargueiro robótico Progress 82.

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Controladores de missão em Moscou notaram “uma despressurização” no sistema de refrigeração do veículo – o que, de acordo com um comunicado da NASA, já está sendo investigado. “As escotilhas entre a cápsula Progress 82 e a ISS estão abertas, e as temperaturas e pressões a bordo da estação são todas normais”, diz a nota.

Ainda segundo a agência espacial norte-americana, “a tripulação, que foi informada do vazamento do circuito de resfriamento, não está em perigo e continua com as operações normais da estação espacial”.

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Acoplada à ISS desde 28 de outubro de 2022, a nave Progress 82 estava programada para partir de volta à Terra na sexta-feira (17). 

Não está claro se o cargueiro ainda sairá nessa data ou se os controladores da missão o manterão por mais tempo do que o planejado originalmente para dar andamento à investigação sobre as causas do vazamento. 

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Isso porque os veículos Progress são projetados para queimar na atmosfera da Terra quando suas missões terminam, de modo que os engenheiros não conseguiriam examinar o problema da espaçonave no solo.

Por coincidência, a despressurização foi notada no sábado (11), mesmo dia em que outro cargueiro russo, o Progress 83, chegou ao laboratório em órbita.

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Importância das espaçonaves Progress

Progress é um dos três modelos de espaçonaves robóticas que atualmente executam missões de carga para a ISS. Os outros dois são veículos privados americanos — a cápsula Dragon, da SpaceX, e a nave Cygnus, da Northop Grumman.

Enquanto as cápsulas da SpaceX (tanto as tripuladas quanto os cargueiros) são reutilizáveis, as naves Progress e Cygnus são veículos dispensáveis que queimam ao reentrar na atmosfera da Terra.

Particularmente, as naves Progress têm grande importância para o laboratório orbital, além de servirem como cargueiro de suprimentos e experimentos científicos.

Isso porque, mesmo a mais de 400 km da superfície, ainda há atrito entre a ISS e a atmosfera da Terra, o que faz com que a velocidade e a altitude do laboratório em órbita sejam constantemente reduzidas. Por essa razão, são necessárias manobras periódicas para compensar essa “queda”, feitas usando os propulsores das espaçonaves Progress.

Com as incertezas que pairam sobre as relações entre os EUA e a Rússia, principalmente após a invasão do país governado por Vladimir Putin à Ucrânia há quase um ano, a NASA decidiu testar a capacidade das cápsulas Cygnus de executar a função, o que é visto pela agência como uma alternativa caso as alianças entre as duas superpotências espaciais um dia se desfaça por completo.

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