Dando início à sua “turnê mensal” de março pelos planetas do Sistema Solar, a Lua vai “visitar” Saturno neste domingo (19). Além disso, quase ao mesmo tempo, ela vai atingir o ponto de sua órbita mais próximo da Terra – chamado perigeu – e chegar também o mais perto possível do Sol – alcançando o periélio.

Belíssima imagem de Saturno próximo à Lua, capturada pelo astrofotógrafo sul-africano Grant Petersen em 2019. Crédito: Grant Petersen

O primeiro desses eventos é a aproximação com o nosso planeta, que acontece às 12h12 (pelo horário de Brasília), de acordo com a plataforma InTheSky.org. No perigeu, nosso satélite natural chega a ficar até 14% mais brilhante no céu, quando visível.

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A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho chamado elipse. À medida que ela atravessa esse caminho elíptico ao redor do nosso planeta a cada mês, sua distância varia entre 356.500 km (no perigeu) e 406.700 km (no apogeu).

Pouco depois, às 12h42, a Lua vai atingir o ponto de sua órbita mais próximo do Sol. No periélio, ela estará a 0,9934 unidades astronômicas (UA) da nossa estrela hospedeira –  algo em torno de 150 milhões de km.

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Imagem: Triff – Shutterstock (Terra/fundo) – Edição: Olhar Digital

No intervalo entre esses dois momentos, por volta das 12h22, ela vai passar a pouco mais de 3° ao sul de Saturno, com quem divide, na ocasião, a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre), aparecendo bem próxima a ele do ponto de vista da Terra – um fenômeno conhecido como conjunção. 

Das três aproximações, esta é a única que não ocorre de fato (a Lua não chega, realmente, perto do planeta dos anéis) – é apenas sob a nossa perspectiva.

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Tomando por base um observador localizado em São Paulo, o par será visível a partir das 4h19, até pouco antes das 16h57. A Lua estará em magnitude de -9,8, enquanto Saturno, em 0,8, ambos na constelação de Aquário. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

Lua e Saturno não estarão próximos o suficiente para caber dentro do campo de visão de um telescópio, mas o par será visível a olho nu ou através de um par de binóculos.

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Segundo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, o melhor momento para observá-los será de madrugada, até às 5h30, quando ambos estarão a cerca de 20° do horizonte leste. “Depois desse horário, a luminosidade do crepúsculo deve ofuscar a visualização de Saturno, embora ainda seja possível encontrá-lo com telescópio mesmo durante o dia”.

Depois de Saturno, os próximos planetas a fazer conjunção com a Lua em março serão Júpiter (22), Vênus (24) e Marte (28). Essa série de conjunções ocorre em razão de o nosso satélite natural orbitar a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.

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