O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, nesta segunda-feira (20), o resumo do seu atual ciclo de avaliações sobre o aquecimento global e ações do homem sobre o planeta.  

Segundo o documento, que não traz novos estudos e apenas sintetiza o conteúdo dos seis últimos relatórios, ainda há esperanças para a Terra a partir da estabilização da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, no entanto, muito ainda precisa ser feito para evitar o colapso climático. 

publicidade

Leia mais! 

Este Relatório Síntese ressalta a urgência de tomar medidas mais ambiciosas e mostra que, se agirmos agora, ainda podemos garantir um futuro sustentável habitável para todos. A integração de ações climáticas efetivas e equitativas não apenas reduzirá perdas e danos à natureza e às pessoas, mas também proporcionará benefícios mais amplos.

Disse o presidente do IPCC, Hoesung Lee. 

O relatório pediu urgência em uma redução de gases significativamente maior para que o aquecimento do planeta não ultrapasse o limite de 1,5 °C até o fim do século — as medidas implementadas até agora foram consideradas “insuficientes”, conforme os cálculos do IPCC. Para alcançar o objetivo, é necessário reduzir as emissões globais pela metade até 2030 [48%] e 99% até 2050. 

publicidade
Imagem: Xurzon – Istockphoto

“A humanidade está num gelo fino — e esse gelo está derretendo rapidamente. Nosso mundo precisa de ação climática em todas as frentes — tudo, em todos os lugares, ao mesmo tempo”, acrescentou o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres. 

Os principais apontamentos do relatório da ONU foram: 

publicidade
  • Uso de combustíveis fósseis está acelerando o aquecimento global; 
  • A temperatura global da superfície está aumentando mais rápido de 1970 para cá — mais que o já observado em qualquer outro período de 50 anos; 
  • As emissões de gases precisam ser ainda mais reduzidas; 
  • A mudança climática está afetando a segurança alimentar, segurança da água, aumentando as taxas de mortalidade e agindo na proliferação de doenças; 
  • As medidas atuais são insuficientes; 
  • Para a Terra continuar habitável, é preciso implementar as medidas certas agora, ainda nesta década. 

Embora a última conferência do clima da ONU, a COP27, tenha sido um marco histórico para o tema, com 200 países-membros assinando uma resolução sobre um financiamento climático para países vulneráveis à crise do clima, a atual síntese também considerou o encontro insatisfatório em alguns aspectos.  

O relatório da ONU possui 93 autores, sendo considerado mundialmente a fonte mais confiável de informações sobre as mudanças do clima. Além de fazer apontamentos, o documento também sugere soluções para direcionar a população para opções viáveis e eficazes na adaptação das mudanças climáticas. 

publicidade

O próximo relatório do tipo só deve ser publicado no final desta década. A próxima cúpula sobre o clima da ONU acontece este ano, em Dubai, nos Emirados Árabes. Nela, a atual conclusão do IPCC deve ser discutida. 

Imagem: ParabolStudio – Shutterstock

O que o superaquecimento da Terra pode causar? 

Cientistas vêm alertando sobre o aquecimento global desde 1950. Naquela época, o problema parecia apenas algo distante e improvável, mas a partir dos anos 1980, ações urgentes começaram a ser tomadas.

Entre as consequências do aquecimento global estão as secas, novas doenças, o agravamento de doenças já existentes, enchentes e pragas. A agricultura também é diretamente atingida, acarretando o aumento da fome. Sem mencionar os desastres naturais e o calor e frio extremo. Entenda aqui a relação aquecimento global e frio! 

Em resumo, o aquecimento da Terra compromete basicamente tudo, desde a segurança hídrica, alimentar e energética, até o cenário social — todos conectados.  

Não apenas na síntese divulgada hoje, mas também em outros alertas, a ONU apontou que o mundo tem até 2025 para fazer os ajustes e impedir os efeitos do aquecimento global, sendo a maioria deles irreversíveis. 

Com informações do G1 

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!