O Protocolo de Montreal entrou em vigor em 1989 com o intuito de proteger a camada de ozônio. O tratado é universal, contando com a adesão de 197 Estados. Entre as medidas adotadas, está o banimento e redução de 99,5% das emissões de gases clorofluorcarbono (CFC) até 2020. 

Uma pesquisa publicada pela Nature Geoscience, no entanto, revelou que cinco desses gases que são destruidores da camada de ozônio atingiram níveis recordes em 2020. O estudo apontou que a presença dos CFCs aumentou significativamente na última década.

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O aumento aconteceu principalmente devido a falhas existentes no acordo assinado pelos países. Para quantificar a presença dos gases na atmosfera, os pesquisadores avaliaram a proporção de partes de cada tipo de CFC a cada um trilhão de partes na atmosfera (ppt).

  • Aumento de 4% de CFC-115m: o nível do gás na atmosfera passou de 8,83 ppt em 2010 para 8,71 ppt em 2020;
  • Aumento de 9% de CFC-114a: o nível do gás na atmosfera passou de 1,03 ppt em 2010 para 1,13 ppt em 2020;
  • Aumento de 9% de CFC-13: o nível do gás na atmosfera passou de 3,04 ppt em 2010 para 3,31 ppt em 2020;
  • Aumento de 19% de CFC-112a: o nível do gás na atmosfera passou de 0,066 ppt em 2010 para 0,078 ppt em 2020;
  • Aumento de 141% de CFC-113a: o nível do gás na atmosfera passou de 0,43 ppt em 2010 para 1,02 ppt em 2020.

Os cientistas apontaram que os níveis desses cinco tipo de CFC ainda não são prejudiciais à camada de ozônio, caso esse aumento seja contínuo, os danos podem pôr em xeque os avanços do Protocolo de Montreal e trazer prejuízos à humanidade, como problemas à saúde humana e ao desenvolvimento de plantas e outros seres vivos.

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No início de 2023, a ONU chegou a reafirmar os compromissos adotados pelo tratado, visando recuperar em até 4 décadas a camada de ozônio.

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O Protocolo de Montreal realmente tem surtido efeito na redução de compostos químicos que destroem a camada de ozônio. Desde 1989, cerca de 99% dos gases foram eliminados da atmosfera. A redução foi devido ao banimento de CFCs que eram encontrados em sprays, geladeiras e espumas. 

No entanto, o tratado ainda permite que alguns desses gases sejam usados como matéria-prima, ou sejam liberados como subproduto da produção de outros compostos químicos, como os hidrofluorcarbonos.

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Dessa forma, mesmo que os CFCs tenham sido banidos, é necessário maior rigor em relação a produção e uso desses gases. Estima-se que a quantidade desses 5 compostos destruidores da camada de ozônio encontrados em 2020 na atmosfera, cerca de 4,2 toneladas, seja equivalente a 47 milhões de toneladas de gás carbônico.

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