É muito provável que você já tenha ouvido falar ou lido algo a respeito de Nefertiti, uma antiga rainha consorte do Egito, esposa principal de Amenófis IV, mais conhecido como Aquenáton, portanto, madrasta de Tutancâmon, o Rei Tut.

Sendo assim, ela fez parte da 18ª dinastia egípcia, durante o século 14 a.C., mas não se tem certeza sobre o ano de seu nascimento, assim como o de sua morte – cujas circunstâncias permanecem um mistério até hoje.

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Nefertiti viveu numa época em que o Egito alcançou grande desenvolvimento militar, conquistando um vasto território. Durante essa fase, denominada Novo Império, o país foi governado pelo faraó Amenófis IV, seu marido, que reinou por 17 anos.

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Pôster com imagens da Rainha Nefertiti e outros hieróglifos. Créditos: Sherif Aly Mohamed/Shutterstock

Muitas linhas de estudo indicam que Nefertiti teria atuado como consultora do rei durante todo o governo, o que teria dado a ela o mesmo status de faraó.

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Juntos, eles provocaram uma revolução religiosa no país, que passou a adorar apenas um deus: Aton, simbolizado pelo disco solar. Até então, a sociedade egípcia era politeísta, cultuando diversos deuses, que eram representados em forma humana e animal. 

Também eram objeto de adoração as forças da natureza, bem como gatos, cães, serpentes e outros animais. Além disso, o faraó, identificado como o deus principal, também era merecedor de um culto divino, tendo os sacerdotes como principais representantes.

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Um único deus

Com o intuito de diminuir o poder dos sacerdotes – que acabaram por ser expulsos do Egito – o faraó Amenófis IV e a rainha Nefertiti substituíram os deuses tradicionais por Aton representado pelo disco solar. 

Um templo ao deus Aton foi construído em Hermópolis, capital da décima quinta província do Antigo Egito, e o rei passou a se chamar Aquenáton, ao se tornar supremo sacerdote do novo e único deus. 

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Por ser esposa do faraó, Nefertiti acabou representando todas as divindades femininas que eram cultuadas antes no Egito, passando a ser venerada como uma semideusa.

No entanto, conforme destaca o site Live Science, a reforma religiosa não chegou a se popularizar por completo na sociedade. Segundo consta, com a revolta do povo, o novo deus Aquenáton foi obrigado a abandonar o palácio real de Tebas e ir morar em Tel-El-Amarna, sendo acompanhado pela esposa, fiel ao culto de um só deus. 

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A falta de consistência nas informações se deve ao fato de que quase todos os registros do rei Aquenáton e de sua poderosa esposa foram apagados, muito provavelmente pelos sacerdotes rejeitados por eles.

Ao assumir o trono, o sucessor Tutancâmon restaurou a cultura de adoração aos antigos deuses, revogando a revolução religiosa.

Nefertiti, “a mais bela que chegou”

Nefertiti, que significa “a mais bela chegou”, sempre foi descrita pelos historiadores como detentora de uma inegável beleza, o que se confirmou quando, em 2013, uma equipe de arqueólogos alemães, fazendo escavações em Tel-El-Amarna, encontrou um busto de calcário de uma figura feminina extremamente bela: “O Busto de Nefertiti”. 

O rosto de Nefertiti foi esculpido em calcário pelo escultor da corte Tutmé. Crédito da imagem: Cosmo Wenman, CC BY-NC-SA 3.0

Liderada pelo egiptólogo Ludwig Borchardt, a equipe encontrou a peça nos destroços do que teria sido o ateliê do escultor real Tutmé. Atualmente, a obra se encontra no Museu de Berlim, na Alemanha.

Alguns estudiosos acreditam que Nefertiti teria sido assassinada pelos sacerdotes que foram expulsos durante a revolução religiosa. Apesar de seu reconhecimento atual como uma das rainhas mais famosas do Egito, Nefertiti não recebeu o mesmo respeito dos antigos egípcios naquela época, tendo suas estátuas destruídas em pedaços em resposta à fracassada revolução religiosa que o marido promoveu com seu apoio.

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