No passado, quando a resistência microbiana não era problema, a penicilina, primeiro antibiótico, era capaz de lidar com a maioria das bactérias, acabando com várias doenças sem nem mesmo o médico descobrir qual era a enfermidade que acometia a pessoa.

Contudo, até então, os vírus não tinham nenhum tipo de medicamento tão potente assim. Perceba que escrevemos “até então”.

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Cientistas da startup neozelandesa Kimer Med tentam criar o primeiro antiviral de longo espectro, que pode agir como a penicilina agia com as bactérias, combatendo vários vírus com eficácia.

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O nome do medicamento é VTose, construído por meio de pesquisas anteriores abandonadas, como a do Draco, que não teve recursos suficientes para dar seguimento às pesquisas.

Por que os vírus não possuem sua própria penicilina?

Cada vírus é diferente e diverso, pois possui muitas ramificações e cepas, o que dificultam na hora de criar mediações próprias (vide o SARS-CoV-2, da Covid-19). Por isso, acaba sendo necessária a criação de medicamentos individuais.

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Porém, a alta taxa de replicação dos vírus e sua constante evolução permite que eles fujam dessas medicações. Outro exemplo é o vírus do HIV, que ainda não possui cura, mas há medicações que ajudam a controlar a doença.

Estratégia do novo remédio

A startup quer encontrar ponto comum entre os vírus quando atacam humanos, A equipe do Kimer Med afirmou que, durante a replicação de quaisquer vírus em uma célula, produz-se RNA de fita dupla (dsRNA), que pode ser reconhecido pela medicação e, após, o VTose estimula a apoptose (morte programada da célula infectada), que, supostamente, curaria o paciente.

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Até onde sabemos, todos os vírus criam longos segmentos de dsRNA como parte de seu processo de replicação. Com base nisso, temos boas razões para acreditar que o VTose pode ser eficaz contra todos os vírus humanos e animais. No entanto, tendo dito isso, pode haver exceções das quais ainda não estamos cientes.

Artigo no site da Kimer Med

Histórico do medicamento e futuros testes

O Draco conseguiu eliminar 15 vírus diferentes em testes laboratoriais. Já com camundongos, houve melhoras nos sintomas do vírus H1N1, da influenza.

A empresa quer testar a possível penicilina antivírus contra o SARS-Cov-2, HIV, Hepatite B, dengue e outros vírus que atingem humanos e animais. Uma vez comprovada a eficácia da substância, começarão os testes clínicos – ou seja, em humanos.

Com informações de Kimer Med

Imagem destacada: joel bubble ben/Shutterstock

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