O rei Charles III será oficialmente coroado neste sábado (6). Além de inúmeras figuras importantes de todo o planeta, como o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o evento contará com presença ilustre: Jeremy Hansen, astronauta canadense que irá à Lua pela missão Artemis, da NASA.

Hansen estará portando a bandeira do país, confirmou o escritório do Primeiro-Ministro canadense, Justin Trudeau. O astronauta do Canadá estará na Artemis 2, sendo o primeiro não-estadunidense a circundar a Lua.

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A delegação canadense que estará na cerimônia, além de contar com Hansen, terá ainda a representante do Rei no Canadá (Governadora-geral Mary Simon), líder do grupo, e a astronauta da CSA (Agência Espacial Canadense), Jenni Sidey-Gibbons.

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No Twitter, Hansen afirmou que “é uma honra ter sido escolhido para carregar a bandeira canadense para a coroação de Sua Majestade, o Rei e Sua Majestade, a Rainha Consorte”.

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Delegações selecionadas de todos os países participantes (o que inclui Hansen) iniciarão a procissão do Palácio de Buckingham, em Londres, por volta das 6h20 (horário de Brasília) e caminharão 40 minutos até a Abadia de Westminster.

A cerimônia de coroação de Charles III está marcada para às 7h (horário de Brasília), segundo informações da BBC.

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Hansen e a Artemis 2

Hansen, astronauta desde 2009, conversou com Trudeau na semana passada, quando a equipe da Artemis 2 visitou o Canadá.

Trudeau aproveitou o encontro para dar parabéns pessoalmente a Hansen por ter sido escolhido pela NASA, algo revelado em 3 de abril durante chamada telefônica transmitida no YouTube. Durante a chamada, Trudeau afirmou que estava “surtando” de alegria pela missão.

Conquista inédita

Até hoje, nenhum astronauta participou de uma coroação, considerando que este evento aconteceu pela última vez em 2 de junho de 1953, quando a Rainha Elizabeth II foi coroada, oito anos antes de surgirem os primeiros astronautas.

A Rainha e o Príncipe Phillip (o Duque de Edimburgo), contudo, tiveram vários contatos com o programa espacial quando este foi iniciado. Em 1961, a Rainha e o Duque receberam o cosmonauta Yuri Gagarin, o primeiro a viajar ao Espaço, no Palácio de Buckingham. Já a primeira (das inúmeras) visitas da família real à central da NASA foi em 1966 e, em 1969, eles se encontraram com os astronautas da Apolo 11.

Em 2011, foi a vez de a Rainha e o Duque receberem, também no Palácio Buckingham, Helen Sharman, a primeira astronauta britânica a ir ao Espaço. Quatro anos depois, Elizabeth II enviou mensagem ao astronauta britânico Tim Peake, parabenizando-o por chegar a ISS (Estação Espacial Internacional).

A coroa e o “Espaço canadense”

A coroa britânica e o “Espaço canadense” têm profundas ligações também. A ex-astronauta da CSA, Julie Payette, por exemplo, foi Governadora-geral entre 2017 e 2021 antes de renunciar em meio a alegações de local de trabalho considerado “tóxico”. Ela não foi convidada para o funeral de Elizabeth II em 2022.

Um astronauta canadense tem conexões tanto com a falecida Rainha, como com o futuro rei. O astronauta da CSA, Chris Hadfield, recebeu parabéns diretamente de Elizabeth II em 2013, quando assumiu o comando da ISS, então o primeiro canadense a atingir tal feito. Ele também se encontrou com Charles III pessoalmente em fevereiro deste ano para discutir a sustentabilidade no Espaço.

O Canadá é membro do Commonwealth, grupo de 56 países com históricas conexões com o Reino Unido. Tais países tiveram conexões com o dissolvido Império Britânico.

Já o Canadá dos dias atuais tem conexões com o Reino Unido desde o início dos anos 1600, com movimentos lentos em direção à soberania ao longo dos séculos. O Domínio do Canadá foi criado entre quatro colônias britânicas em 1867.

A bandeira canadense, ornada por uma folha de bordo adornada e que será carregada por Hansen, foi revelada em 1965, após décadas de bandeiras inspiradas na insígnia britânica. Foi somente em 1982 que o Canadá patriou sua constituição do Reino Unido. Tanto que, atualmente, o parlamento canadense é baseado no modelo de seu colonizador.

Críticos do colonialismo no Canadá frisam que os indígenas, particularmente, foram desenraizados e dizimados pelos europeus que chegaram, incluindo de França e Espanha.

Por conta disso, o país vem tentando se reconciliar com sua população indígena. Uma de suas atitudes foi nomear Simon, em 2021, sua primeira Governadora-geral com raízes indígenas. Ela nasceu em Kangiqsualujjuaq, no extremo norte de Quebec, e sua mãe pertence ao povo Inuk.

Com informações de Space.com

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