Microsoft busca concretos mais sustentáveis para seus centros de dados

Empresa experimenta novos tipos de concreto para reduzir poluição gerada em sua cadeia de suprimentos e instalações
Rodrigo Mozelli28/09/2023 23h37
cimento
Imagem: Achira22/Shutterstock
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O cimento, ingrediente fundamental no concreto, é um dos principais responsáveis pelas emissões de dióxido de carbono. Para resolver esse problema, diversas startups estão procurando a receita certa para produzir concreto com baixas emissões de dióxido de carbono. E a Microsoft busca ser uma compradora desses novos tipos de concreto.

Segundo Sean James, diretor sênior de pesquisa de centros de dados da Microsoft, a indústria de centros de dados pode liderar a adoção dessas inovações no setor da construção.

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Em Quincy, Washington (EUA), a Microsoft está testando misturas de concreto futurísticas que esperam resultar em metade das emissões de dióxido de carbono do concreto tradicional.

No início deste ano, a empresa despejou diferentes tipos dessas misturas para endurecer em lâminas de concreto como parte de projeto-piloto. Os resultados serão analisados nos próximos meses para determinar se podem ser utilizados na construção de futuros centros de dados.

Cimento tradicional

  • Normalmente, o cimento é produzido por meio da queima de calcário e outros materiais em um forno;
  • Isso gera emissões de dióxido de carbono, tanto pela energia necessária para aquecer o forno quanto por reação química, que ocorre durante o aquecimento do calcário;
  • A Microsoft está testando duas estratégias diferentes para reduzir essas emissões em Quincy:
    • Uma das misturas de concreto é feita com cinzas de carvão e outros resíduos industriais, o que permitiria a redução do uso de cimento, que é mais carbono-intensivo;
    • A segunda mistura é baseada em ideia do professor da Universidade do Colorado Boulder, Wil Srubar, que observou durante um mergulho que os recifes de coral e algas produzem calcário. As algas capturam CO₂ durante esse processo;
      • Então, Srubar fundou a startup Minus Materials, que está trabalhando para comercializar essa tecnologia e fornecendo calcário para a Microsoft.

A Microsoft ainda não sabe quando e se esses materiais estarão prontos para serem utilizados em seus centros de dados.

Além disso, embora essas inovações possam ajudar a reduzir a poluição da cadeia de suprimentos da gigante do Vale do Silício, a maioria das emissões de carbono de um centro de dados ainda vem da energia consumida pelos servidores.

No entanto, se o projeto-piloto for bem-sucedido, isso poderia ser avanço significativo para a Microsoft em seu objetivo de se tornar carbono negativa até 2030, retirando mais CO₂ da atmosfera do que emite como empresa.

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Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.