O que você precisa saber:

  • As próximas expedições tripuladas à Lua serão de longa permanência, diferentemente das missões Apollo;
  • Diversos países estudam formas seguras de abrigar os futuros astronautas lunares;
  • A Lua contém diversas formações geológicas chamadas tubos de lava, que podem ser usadas para a construção de bases para habitação e trabalho científico;
  • Em uma conferência recente, cientistas da China apresentaram uma pesquisa sobre essas áreas e como o país pretende explorá-las.

Diferentemente da era Apollo, em que as idas à Lua eram experiências relativamente rápidas, o objetivo das próximas missões lunares é estabelecer uma base permanente de ocupação humana – como se o satélite natural da Terra passasse a ser um “segundo lar” para os futuros exploradores.

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Dessa forma, os astronautas precisarão de proteção contra um conjunto diverso de perigos, como a radiação cósmica e solar, ataques de meteoritos, oscilações de temperatura selvagens e até ejeção de impacto. 

Os países envolvidos nessa nova e ousada empreitada têm se dedicado a encontrar maneiras eficazes de lidar com esses percalços, de modo a garantir o máximo de segurança aos que forem enviados para lá.

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Uma opção a ser considerada está nos chamados tubos de lava – formações geológicas na Lua, também chamadas de pirodutos, que se assemelham a túneis ou cavernas formadas por erupções vulcânicas antigas, quando a lava fluía e depois solidificava, ocasionalmente deixando um vão subterrâneo. Essas cavernas podem oferecer abrigo e proteção contra as condições extremas da superfície lunar.

Os tubos de lava são formações naturais que podem servir como abrigos na Lua. Estas imagens da Lunar Reconaissance Orbiter mostram fossas na superfície lunar que chegam a 222 metros de largura. Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University

O satélite Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da NASA, já detectou uma variedade de “claraboias” lunares, locais onde o teto de um tubo de lava desabou, fazendo uma abertura natural para o tubo. Alguns desses vãos, segundo as observações do LRO, podem ter até centenas de metros de diâmetro, o suficiente para fornecer o abrigo que os astronautas precisarão para habitar e trabalhar.

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Como a China pretende explorar os tubos de lava da Lua

Cientistas de diferentes países e agências analisam a ideia de usar tubos de lava como abrigo. Em uma conferência recente na China, Zhang Chongfeng, da Academia de Tecnologia de Voo Espacial de Xangai, apresentou um estudo sobre o mundo subterrâneo dos tubos de lava chineses para entender como aproveitar essas formações na Lua.

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Segundo Zhang, há semelhança suficiente entre os tubos de lava lunares e terrestres para que um seja um análogo do outro, como a existência de tipos de entradas, verticais e inclinadas, em ambos os mundos. A maior parte do que encontramos na Lua são tubos de abertura vertical, mas isso pode ser devido à nossa visão aérea. Entradas inclinadas tornam mais fácil o acesso. 

A China está planejando um sistema robótico que pode explorar essas cavernas. A sonda primária terá rodas ou pés e será construída para se adaptar a terrenos desafiadores e superar obstáculos. Também terá uma carga científica.

À esquerda está uma imagem LRO de um poço no centro do Mare Fecunditatis, e à direita está um mapa de contexto mostrando o poço com uma seta amarela. Este é apenas um dos poços que imploram para serem explorados. Crédito de imagem: NASA/LRO

Os veículos auxiliares podem se separar da sonda principal para realizar mais reconhecimento e ajudar nas comunicações e no “suporte de energia”. Eles podem ter layouts diversificados para que a missão consiga enfrentar diferentes desafios: tendo múltiplas pernas ou sendo rolantes e até mesmo saltitantes. Esses veículos auxiliares também teriam instrumentos científicos para estudar a poeira lunar, a radiação e a presença de gelo de água nos tubos.

A China também está planejando um explorador voador que poderia encontrar seu caminho através de tubos de lava de forma autônoma usando radares de micro-ondas e laser.

Depois disso, concluída uma exploração robótica bem-sucedida, o país pretende edificar uma base tripulada. Seria uma base de pesquisa subterrânea de longo prazo em um dos tubos de lava lunar, com um centro de apoio para energia e comunicação na entrada da caverna. O terreno seria paisagístico, e a base incluiria instalações residenciais e de pesquisa dentro do tubo.

Com informações do Universe Today