O que você precisa saber:

  • A NASA vai lançar a missão Psyche na próxima quinta-feira, 12 de outubro;
  • O objetivo da agência é analisar in loco o asteroide 16 Psyche, de cerca 225 km de largura; 
  • O interesse científico nesta rocha está no fato de que ela pode ter sido o núcleo metálico de um planeta como a Terra;
  • Dados de dois observatórios espaciais de luz infravermelha dão pistas do que a sonda deve encontrar por lá.

Na próxima quinta-feira (12), se tudo correr conforme o planejado, a NASA vai lançar uma espaçonave de alta tecnologia a uma jornada de 3,5 bilhões de km rumo ao asteroide 16 Psyche, que dá nome à missão.

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O objetivo da missão Psyche é estudar em detalhe essa rocha espacial, que se acredita ser muito rica em metais. Além disso, especula-se que o objeto seja o núcleo de ferro remanescente do que teria sido um planeta inteiro – algo semelhante ao núcleo da Terra.

Caso isso seja comprovado, 16 Psique poderia nos oferecer uma espécie de viagem para o centro do nosso mundo – local impossível de alcançar de outra forma.

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Telescópio Espacial James Webb e SOFIA 

Nos preparativos para o lançamento, um grupo de cientistas do Southwest Research Institute (SwRI), uma conceituada organização de pesquisa e desenvolvimento norte-americana, usou dados coletados em 2022 por dois equipamentos em diferentes comprimentos de onda de luz infravermelha para compreender a variabilidade da composição e o nível de hidratação da superfície da rocha.

De acordo com um comunicado do SwRI, enquanto as observações do Telescópio Espacial James Webb (JWST) podem procurar sinais de água na superfície metálica do asteroide, os últimos dados coletados pelo aposentado Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha (SOFIA) podem fornecer pistas sobre a composição química do objeto em diferentes pontos da crosta.

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Dessa forma, segundo os cientistas, é possível ter uma ideia do que está reservado para a sonda da NASA na chegada em 2029 ao colossal asteroide de estimados 225 km de largura.

O que a equipe descobriu sobre o asteroide 16 Psyche

Diferentemente dos sensores ópticos padrão, os sensores infravermelhos são capazes de observar dados em uma região do espectro eletromagnético cuja luz é, em essência, invisível ao olho humano. 

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Os pesquisadores focaram na emissividade de 16 Psyche (a quantidade de energia que a rocha irradia) e na porosidade (quantos pequenos buracos ou vãos o objeto tem). Ambas as características podem dar uma noção sobre os materiais que compõem o asteroide.

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Com base nas observações de SOFIA, a equipe verificou que os dados de emissividade do objeto eram em sua maioria planos, o que significa que não havia picos ou outras características notáveis em seus espectros. Espectros igualmente planos foram encontrados em ambientes de laboratório quando instrumentos de infravermelho médio foram usados em objetos metálicos – o que comprova a natureza metálica da rocha.

Sobre a presença de água no asteroide, examinada pelo Webb, ainda não se chegou a um resultado conclusivo. “Observações nas faixas de comprimento de onda de 3 e 6 mícrons nos dizem se a hidratação está presente na forma de hidroxila ou água real”, disse Stephanie Jarmack, pesquisadora da SwRI e membro da equipe do estudo, no comunicado (hidroxila se refere a uma molécula que consiste em um átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio).

“Se não encontrarmos, isso não seria surpreendente, considerando que Psyche é um mundo majoritariamente metálico”, explicou a cientista.

Agora, segundo a equipe, só resta aguardar até que a sonda Psyche chegue ao alvo e comece a empregar suas próprias tecnologias projetadas para estudar essa intrigante rocha espacial.