Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a missão Luna-25 – a primeira sonda lunar russa desde 1976 – despencou na Lua em 19 de agosto, durante uma manobra projetada para configurar uma tentativa de pouso perto do polo sul dois dias depois. 

O que aconteceu:

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  • A espaçonave Luna-25 foi lançada no dia 10 de agosto, com previsão de pouso na Lua no dia 21;
  • Após uma interrupção na comunicação com a sonda lunar, ela acabou colidindo com a superfície da Lua;
  • Segundo as informações da Roscosmos, a agência espacial russa, “medidas tomadas em 19 e 20 de agosto para procurar o dispositivo e entrar em contato com ele não deram resultado”;
  • De acordo com cálculos preliminares, o Luna-25 “mudou para uma órbita fora do projeto” antes da colisão.

Agora, a Rússia diz saber o que provocou o fracasso de seu primeiro pouso na Lua em quase 50 anos.

Cratera na Lua deixada pela missão russa Luna-25
Cratera na Lua deixada pelo impacto da queda da espaçonave russa Luna-25. Crédito: Goddard Space Flight Center da NASA/Arizona State University

Pouco depois do acidente, funcionários da Roscosmos, a agência espacial do país, divulgaram uma provável causa: os motores da espaçonave Luna-25 dispararam por 127 segundos durante a queima, em vez dos 84 programados.

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Na última terça-feira (3), uma postagem da Roscosmos no Telegram revelou o diagnóstico final, detalhando por que os motores ultrapassaram o tempo de queima previsto.

Segundo o comunicado, uma unidade de controle a bordo não conseguiu desligar os motores porque não estava recebendo os dados necessários de um dos acelerômetros da espaçonave – dispositivos usados para detectar e medir movimento. 

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“A unidade do acelerômetro não foi ligada, devido à possível entrada em uma matriz de dados de comandos com prioridades diferentes para sua execução pelo dispositivo”, diz o texto, publicado em russo. “Isso não permitiu, ao emitir um pulso corretivo, registrar o momento em que a velocidade necessária foi atingida e desligar oportunamente o sistema de propulsão da espaçonave”.

Programa russo de exploração da Lua segue em frente

A agência destaca que a missão Luna-25 foi projetada para reiniciar o orgulhoso programa de exploração lunar da Rússia, e o fracasso não mudará essa visão – o que reforça as palavras ditas pelo diretor Yuri Borisov na época do incidente.

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O país pretende lançar três missões subsequentes: Luna-26, Luna-27 e Luna-28 – em 2027, 2028 e 2030, respectivamente. Esses prazos, no entanto, podem ser acelerados após o ocorrido com a Luna-25, segundo Borisov.

Com a sonda Luna-25, a Rússia pretendia ser a primeira nação a pousar na região polar sul da Lua, que se acredita ser rica em gelo de água. O fracasso da investigação russa permitiu que a missão Chandrayaan-3 garantisse o título à Índia, que agora é um dos quatro países do mundo que já estiveram em solo lunar. Os outros são a já citada Rússia, os EUA e a China.