A indústria criativa enfrenta com incerteza a explosão da inteligência artificial no mercado. A tecnologia permite gerar desde músicas falsas até fotos realistas e no meio artístico, apelos para agir antes que seja tarde começam a ganhar força.

Nos Estados Unidos, o plano é iniciar discussões o quanto antes para regular o uso da IA.

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O que aconteceu

  • Esta semana, a organização de direitos digitais ‘Fight for the Future’ fez parceria com o grupo trabalhista da indústria musical United Musicians and Allied Workers nos Estados Unidos para lançar o #AIdayofaction.
  • A ação apela ao Congresso para impedir que grandes empresas obtenham direitos autorais sobre música e outras artes feitas com IA.
  • A iniciativa visa ainda proteger os direitos autorais e continuar envolvendo “humanos no processo criativo”, diz a campanha.

A intenção é tentar ilustrar como essas preocupações comuns são compartilhadas no meio artístico. É para criar um ponto de organização… quando artistas de meios diferentes se movem juntos eles têm muito mais poder

Lia Holland, idealizadora do projeto e diretora de campanhas da ‘Fight for the Future’, em entrevista ao TechCrunch

Apesar do foco nos potenciais impactos e abusos da IA, a iniciativa também não descarta como os artistas podem se beneficiar da automação de partes do seu trabalho.

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Segundo Holland, o objetivo é que as ferramentas de IA “se tornem formas para os seres humanos ganharem mais dinheiro, trabalharem menos e competirem com as empresas que as exploram”.

Artistas x IA

  • Quando se trata de arte e IA, a disputa é no mínimo complicada. Os músicos não aprovam o fato de gigantes da indústria terem músicas feitas por IA, o que os exclui do processo criativo.
  • As principais gravadoras, por sua vez, podem deixar de receber uma fatia considerável em receita com treinamento de modelos de IA que usam seus catálogos musicais.
  • O Spotify é um dos serviços que apagou milhares de músicas criadas por IA da sua plataforma — mas também lançou recentemente um “DJ com IA” que faz curadoria de músicas para os ouvintes.

O treinamento de IA generativa usando a música levanta a questão de qual lado da história todas as partes interessadas no ecossistema musical querem estar: do lado dos artistas, dos fãs e da expressão criativa humana, ou do lado das falsificações, fraude e negação aos artistas da devida compensação

Universal Music Group, após uma música usando IA que imita a voz de Drake e The Weeknd, dois dos seus artistas, viralizar

O que dizem as autoridades

A FTC também conversou nos últimos dias com nomes importantes da indústria criativa — desde dublagem até roteiros, música, ilustração e moda —, para investigar como a IA generativa está afetando o setor.

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Nos comentários, representantes expressaram preocupações sobre o treinamento de modelos de IA com trabalho original dos artistas, e como a lei de direitos autorais existente poderia ser uma ferramenta útil e abrangente para estabelecer barreiras regulatórias.

Embora roteiristas em greve tenham obtido recentemente uma certa proteção num acordo recém-firmado, os representantes pedem mais ações do Congresso para abordar as preocupações crescentes em torno da IA.

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“A IA generativa, em particular, representa um conjunto único de oportunidades e desafios para as indústrias criativas. Ouvimos preocupações sobre como estas tecnologias poderiam enfraquecer significativamente os criadores e artistas”, disse Lina Khan, presidente da FTC.