X (Twitter) é processado por demitir funcionária que criticou volta ao escritório

De acordo com o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos EUA, a demissão da funcionária pelo antigo Twitter viola a legislação do país
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 17/10/2023 12h50
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Imagem: Yalcin Sonat / Shutterstock.com
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O X, antigo Twitter, tem mais uma dor de cabeça na esfera judicial. A rede social de Elon Musk foi processada sob a acusação de demitir ilegalmente uma funcionária em retaliação por publicações online dela contestando a política da empresa de retorno ao escritório.

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Entenda o caso

Na denúncia, a diretoria regional do Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos EUA acusou a plataforma de violar a lei federal que proíbe punir trabalhadores por se comunicarem e se organizarem com outras pessoas sobre suas condições de trabalho.

Segundo a entidade, o problema começou em 10 de novembro de 2022, depois que Musk ordenou que os trabalhadores do antigo Twitter retornassem ao escritório. Ele supostamente teria comunicado que “se você pode comparecer fisicamente ao escritório e não aparece, aceitamos o pedido de demissão”.

Em resposta, a funcionária Yao Yue respondeu com uma publicação na rede social dizendo aos colegas de trabalho: “Não se demitam, deixem que ele demita vocês”.

Poucos dias depois, ela foi demitida, o que viola a legislação norte-americana sobre relações trabalhistas, de acordo com a denúncia. Segundo o processo, a explicação para o desligamento foi que ela havia violado uma política não especificada da empresa.

A rede social não se pronunciou oficialmente sobre o caso até agora. A audiência do processo está marcada para 30 de janeiro, em São Francisco. As informações são da Folha de São Paulo.

X Twitter
(Imagem: Camilo Concha/Shutterstock)

Ex-Twitter é alvo de diversas acusações

  • Elon Musk concluiu a aquisição do Twitter por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 224 bilhões) em outubro do ano passado.
  • Após tomar o controle da empresa, iniciou uma série de demissões, incluindo de altos executivos, reduzindo mais da metade da força de trabalho sob a justificativa de corte de custos.
  • Atualmente, a rede social enfrenta uma série de processos judiciais, inclusive com alegações de que as demissões tiveram como alvo principalmente mulheres e trabalhadores com deficiências.
  • Além disso, o X é acusado de não pagar as indenizações devidas aos funcionários.
  • A empresa nega as irregularidades.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.